A falta de água pelo segundo final de semana consecutivo revoltou a população. Residências, comércios e escolas da maior parte da cidade estão sem água desde sexta-feira. No total, foram atingidas 6 mil economias, duas mil a mais que na semana passada. As localidades que mais sofrem são Vale Esquerdo, Vale Direito, União, Floresta, Primavera, Moinho Velho e Centro. A comunidade passou a manhã ligando para o Jornal Dois Irmãos, para prefeitura e a Corsan atrás de informações sobre a volta do abastecimento.
O gerente da Corsan, Márcio Contti, explica que a falta de água foi ocasionada pela sujeira nas bombas de água da central de captação que fica na Vila Becker, junto ao Arroio Feitoria. Além da bomba suja, a captação tem uma outra que está queimada há mais de 20 dias. “A bomba que estava suja não pôde ser limpa porque o nível do rio estava muito acima do normal. Quanto a bomba queimada, também não pôde ser trocada por causa do nível da água. Na semana passada, preferimos limpar a que estava funcionando para podermos reabastecer as residências”, explica o gerente.
Uma equipe técnica da Corsan de Campo Bom esteve no local. O técnico João Alievi analisou a situação do rio e pediu apoio dos mergulhadores de Porto Alegre, que chegaram por volta das 13h30. No entanto, antes do meio-dia, foi solicitada a vinda do Corpo de Bombeiros Comunitário de Dois Irmãos, que se prontificou em descer até a bomba e fazer a limpeza (foto). A equipe, formada também por um mergulhador profissional, começou a trabalhar antes das 13h. A previsão inicial era de que o abastecimento de água seria normalizado até as 22h. Enquanto os bombeiros limparam, os mergulhadores da Corsan trocaram a bomba queimada.
O gerente da Corsan, Márcio Contti, explica que a falta de água foi ocasionada pela sujeira nas bombas de água da central de captação que fica na Vila Becker, junto ao Arroio Feitoria. Além da bomba suja, a captação tem uma outra que está queimada há mais de 20 dias. “A bomba que estava suja não pôde ser limpa porque o nível do rio estava muito acima do normal. Quanto a bomba queimada, também não pôde ser trocada por causa do nível da água. Na semana passada, preferimos limpar a que estava funcionando para podermos reabastecer as residências”, explica o gerente.
Uma equipe técnica da Corsan de Campo Bom esteve no local. O técnico João Alievi analisou a situação do rio e pediu apoio dos mergulhadores de Porto Alegre, que chegaram por volta das 13h30. No entanto, antes do meio-dia, foi solicitada a vinda do Corpo de Bombeiros Comunitário de Dois Irmãos, que se prontificou em descer até a bomba e fazer a limpeza (foto). A equipe, formada também por um mergulhador profissional, começou a trabalhar antes das 13h. A previsão inicial era de que o abastecimento de água seria normalizado até as 22h. Enquanto os bombeiros limparam, os mergulhadores da Corsan trocaram a bomba queimada.
POPULAÇÃO INDIGNADA
A falta de água provocou uma revolta geral. Na manhã desta segunda-feira o movimento foi intenso na Corsan. Dezenas de pessoas foram cobrar uma solução para o problema, que transformou o fim de semana em um verdadeiro caos. Sem contar a grande quantidade de ligações. Só o Jornal Dois Irmãos recebeu mais de 50 relatos de moradores indignados.
O problema atinge principalmente os pontos mais altos do município, como os bairros União, Floresta e o Centro. Porém, até o meio-dia de hoje, praticamente toda a cidade já havia sido atingida. Com um caminhão-pipa, a prefeitura distribuiu nos últimos três dias cerca de 80 mil litros de água. Hospital, creches, escolas e edifícios residenciais da área central têm prioridade. A água que está sendo distribuída vem do poço artesiano localizado na garagem da prefeitura. Segundo o secretário de Obras, Willy Schneider, esta água é potável e a fonte tem boa capacidade para garantir o abastecimento emergencial. Em Morro Reuter, a área central do município, que é abastecida pela Corsan de Dois Irmãos, também já enfrenta problemas. O prédio da prefeitura, por exemplo, estava sem água nesta segunda-feira.
Simone Bondan mora na Av. São Miguel e hoje cedo foi até a Corsan atrás de informações. “Tínhamos um reservatório, mas já foi tudo. Agora não tem mais água nem para cozinhar”, reclamou. Seu Francisco Staudt mora há 19 anos em Dois Irmãos e diz que nunca vivenciou uma situação parecida. Ele foi até a Corsan atrás de respostas. “Vim ver se posso tomar banho aqui”, ironizou ele. “Desde sexta falta água lá em casa. No fim de semana, a família foi para Novo Hamburgo na casa do sogro. Mas não podemos continuar assim mais um dia”, desabafou o morador.
Bernardo Blume, do União, também está sem água desde sábado. “Se o problema é a captação, vamos tentar o caminhão-pipa. Já está mais do que na hora de fazer uma contratação emergencial. Trazer pessoas de fora, o que será que ainda estão esperando?”, indagou. Também no bairro União, Leandro França se revezou com o sogro Emílio Bratz carregando água com balde para dentro de casa. “O vizinho tem um reservatório maior, onde ainda tem alguma reserva. Conseguimos pegar com ele. Minha esposa está grávida em casa, não tem como ficar sem água. A situação está insuportável e pelo visto vai se agravar”, disse ele.
CRÍTICAS A CORSAN
O problema também afetou a Igreja Luterana.“Estamos com problema desde quarta. A água vem de manhã cedo, mas não sobe para a caixa. No fim de semana foi um caos”, reclamou o pastor Oscar Zimmermann. Para piorar, ninguém conseguiu contato com a Corsan no fim de semana. “A gente liga e vem uma mensagem dizendo que o telefone está temporariamente programado para não receber chamadas. Quer dizer: quando a gente não paga, em um ou dois dias eles cortam a água; mas quando a gente precisa, não consegue nem falar com a Corsan”, protesta ele.
Morador da rua Canoas, Heriberto Wingert também critica a Corsan. “Não sabemos mais o que fazer. Estamos desde sexta-feira sem água. Não dá nem para ir no banheiro”, diz ele. “A Corsan alega que em função da chuva não consegue limpar as bombas, mas será que o nosso sistema é tão atrasado, tão obsoleto? E que tipo de mergulhadores são esses que não conseguem mergulhar num arroio?”, completa o morador, bastante indignado.
Arlene Schaumloeffel estava indignada. “É um caos. Este já é o segundo fim de semana seguido que estamos sem água. Não tem como viver assim. Alguma providência precisa ser tomada”, afirma ela. Ilse Eich questiona: “Será que a Corsan vai cobrar taxa cheia, já que Dois Irmãos está há tantos dias sem água?”.Para amenizar o problema, Lurdes Bender, do Vale Direito, está buscando água no rio. “Tenho muitos vizinhos com crianças pequenas, e a situação fica ainda pior. Para ajudar um pouco, estou buscando água com balde no rio para limpar a casa. Para mostrar as coisas bonitas da cidade, logo chamam a RBS TV. Agora, quando acontece este tipo de coisa, ninguém explica nada”.
Clarice Blume mora em um edifício na 10 de Setembro. “Se isso acontece uma vez, até podemos entender, mas esse já é o segundo fim de semana que estamos sem água. É uma vergonha. Para usar o banheiro, não tem como puxar a descarga. Estamos usando o banheiro da praça, onde tem água, porque não temos como usar em casa”, lamenta ela.
Para muitas pessoas, a água da chuva foi uma alternativa. Cerilo Vier, do Vale Verde, colocou baldes na chuva para captar água. “Acabei fervendo essa água da chuva pro banho, pra beber e para usar no banheiro. É triste ver essa situação. Estou desde ontem tentando ligar para a Corsan”. Paulo Raul Backes também mostrou indignação. “É lamentável. Foi alertado sobre o problema, mas não tomaram nenhuma atitude. Por que a Corsan não providenciou caminhões-pipa para trazerem água, por exemplo?”
ATÉ NO HOSPITAL
Nem o Hospital São José/Doctor Clin escapou do caos provocado pela falta de água. A reserva de 20 mil litros (4 caixas de 5 mil litros cada) acabou ontem à noite e o prédio já teve que ser abastecido pelo caminhão-pipa da prefeitura duas vezes, uma ontem à noite e outra hoje pela manhã. “Fomos obrigados a cancelar cirurgias que não são de emergência e fazer o hospital andar um pouco mais devagar”, comentou o diretor-técnico Antônio Sátyro, que acredita ter água para mais 24 horas. “A nossa preocupação é que ainda não tivemos previsão de retorno”, completou ele.
NOVA CAPTAÇÃO
Enquanto a antiga captação enfrenta problemas, a obra da nova segue parada. Segundo Sérgio Fink, presidente da Câmara de Vereadores, foi marcada para quarta-feira uma audiência com o presidente da Corsan, Mário Freitas. “A obra está parada. Falta apenas a parte elétrica e a instalação das bombas. O material está lá parado por ter terminado a verba. Temos que resolver a situação”, comentou ele.
A falta de água provocou uma revolta geral. Na manhã desta segunda-feira o movimento foi intenso na Corsan. Dezenas de pessoas foram cobrar uma solução para o problema, que transformou o fim de semana em um verdadeiro caos. Sem contar a grande quantidade de ligações. Só o Jornal Dois Irmãos recebeu mais de 50 relatos de moradores indignados.
O problema atinge principalmente os pontos mais altos do município, como os bairros União, Floresta e o Centro. Porém, até o meio-dia de hoje, praticamente toda a cidade já havia sido atingida. Com um caminhão-pipa, a prefeitura distribuiu nos últimos três dias cerca de 80 mil litros de água. Hospital, creches, escolas e edifícios residenciais da área central têm prioridade. A água que está sendo distribuída vem do poço artesiano localizado na garagem da prefeitura. Segundo o secretário de Obras, Willy Schneider, esta água é potável e a fonte tem boa capacidade para garantir o abastecimento emergencial. Em Morro Reuter, a área central do município, que é abastecida pela Corsan de Dois Irmãos, também já enfrenta problemas. O prédio da prefeitura, por exemplo, estava sem água nesta segunda-feira.
Simone Bondan mora na Av. São Miguel e hoje cedo foi até a Corsan atrás de informações. “Tínhamos um reservatório, mas já foi tudo. Agora não tem mais água nem para cozinhar”, reclamou. Seu Francisco Staudt mora há 19 anos em Dois Irmãos e diz que nunca vivenciou uma situação parecida. Ele foi até a Corsan atrás de respostas. “Vim ver se posso tomar banho aqui”, ironizou ele. “Desde sexta falta água lá em casa. No fim de semana, a família foi para Novo Hamburgo na casa do sogro. Mas não podemos continuar assim mais um dia”, desabafou o morador.
Bernardo Blume, do União, também está sem água desde sábado. “Se o problema é a captação, vamos tentar o caminhão-pipa. Já está mais do que na hora de fazer uma contratação emergencial. Trazer pessoas de fora, o que será que ainda estão esperando?”, indagou. Também no bairro União, Leandro França se revezou com o sogro Emílio Bratz carregando água com balde para dentro de casa. “O vizinho tem um reservatório maior, onde ainda tem alguma reserva. Conseguimos pegar com ele. Minha esposa está grávida em casa, não tem como ficar sem água. A situação está insuportável e pelo visto vai se agravar”, disse ele.
CRÍTICAS A CORSAN
O problema também afetou a Igreja Luterana.“Estamos com problema desde quarta. A água vem de manhã cedo, mas não sobe para a caixa. No fim de semana foi um caos”, reclamou o pastor Oscar Zimmermann. Para piorar, ninguém conseguiu contato com a Corsan no fim de semana. “A gente liga e vem uma mensagem dizendo que o telefone está temporariamente programado para não receber chamadas. Quer dizer: quando a gente não paga, em um ou dois dias eles cortam a água; mas quando a gente precisa, não consegue nem falar com a Corsan”, protesta ele.
Morador da rua Canoas, Heriberto Wingert também critica a Corsan. “Não sabemos mais o que fazer. Estamos desde sexta-feira sem água. Não dá nem para ir no banheiro”, diz ele. “A Corsan alega que em função da chuva não consegue limpar as bombas, mas será que o nosso sistema é tão atrasado, tão obsoleto? E que tipo de mergulhadores são esses que não conseguem mergulhar num arroio?”, completa o morador, bastante indignado.
Arlene Schaumloeffel estava indignada. “É um caos. Este já é o segundo fim de semana seguido que estamos sem água. Não tem como viver assim. Alguma providência precisa ser tomada”, afirma ela. Ilse Eich questiona: “Será que a Corsan vai cobrar taxa cheia, já que Dois Irmãos está há tantos dias sem água?”.Para amenizar o problema, Lurdes Bender, do Vale Direito, está buscando água no rio. “Tenho muitos vizinhos com crianças pequenas, e a situação fica ainda pior. Para ajudar um pouco, estou buscando água com balde no rio para limpar a casa. Para mostrar as coisas bonitas da cidade, logo chamam a RBS TV. Agora, quando acontece este tipo de coisa, ninguém explica nada”.
Clarice Blume mora em um edifício na 10 de Setembro. “Se isso acontece uma vez, até podemos entender, mas esse já é o segundo fim de semana que estamos sem água. É uma vergonha. Para usar o banheiro, não tem como puxar a descarga. Estamos usando o banheiro da praça, onde tem água, porque não temos como usar em casa”, lamenta ela.
Para muitas pessoas, a água da chuva foi uma alternativa. Cerilo Vier, do Vale Verde, colocou baldes na chuva para captar água. “Acabei fervendo essa água da chuva pro banho, pra beber e para usar no banheiro. É triste ver essa situação. Estou desde ontem tentando ligar para a Corsan”. Paulo Raul Backes também mostrou indignação. “É lamentável. Foi alertado sobre o problema, mas não tomaram nenhuma atitude. Por que a Corsan não providenciou caminhões-pipa para trazerem água, por exemplo?”
ATÉ NO HOSPITAL
Nem o Hospital São José/Doctor Clin escapou do caos provocado pela falta de água. A reserva de 20 mil litros (4 caixas de 5 mil litros cada) acabou ontem à noite e o prédio já teve que ser abastecido pelo caminhão-pipa da prefeitura duas vezes, uma ontem à noite e outra hoje pela manhã. “Fomos obrigados a cancelar cirurgias que não são de emergência e fazer o hospital andar um pouco mais devagar”, comentou o diretor-técnico Antônio Sátyro, que acredita ter água para mais 24 horas. “A nossa preocupação é que ainda não tivemos previsão de retorno”, completou ele.
NOVA CAPTAÇÃO
Enquanto a antiga captação enfrenta problemas, a obra da nova segue parada. Segundo Sérgio Fink, presidente da Câmara de Vereadores, foi marcada para quarta-feira uma audiência com o presidente da Corsan, Mário Freitas. “A obra está parada. Falta apenas a parte elétrica e a instalação das bombas. O material está lá parado por ter terminado a verba. Temos que resolver a situação”, comentou ele.