segunda-feira, 16 de novembro de 2009

Sexta-feira 13 de chuva e prejuízos em Dois Irmãos


A forte chuva que caiu na sexta-feira alagou várias casas em Dois Irmãos. Vila Becker e União foram os bairros mais atingidos pelo temporal. Na Vila Becker, a residência de Salvador da Silva foi invadida pela água do rio que passa ao lado, na rua Gonçalves Dias.
A forte correnteza foi percebida pelos vizinhos do Mercado Wagner. “Estávamos olhando o rio porque a chuva estava muito forte. Em pouco tempo, o muro quebrou e em menos de dois minutos alagou toda a casa”, conta Carla Schneider. Na casa estavam Salvador, a esposa e dois filhos do casal. “Corremos para tirar geladeira, tevê e tudo mais que conseguíssemos”, comenta Carla, que empilhou os pertences da filha em frente ao seu mercado.
O Corpo de Bombeiros atendeu a ocorrência, que recebeu o apoio de máquinas da prefeitura para conter a água. Com a forte chuva que caiu nesta sexta-feira, outras ocorrências também foram atendidas nos bairros União e Picada Verão.



UNIÃO VOLTOU A ALAGAR
A sede social do União voltou a inundar. O arroio que passa atrás do clube saiu de suas margens, invadiu o campo e o ginásio do União. Enquanto a diretoria corria de um lado para outro para tentar salvar o que podia, o clima era de revolta.
“As máquinas estão trabalhando, mas agora já é tarde de novo. O prejuízo está aí”, disse Danilo Staudt, o Pelé.





A solução, segundo o dirigente, é “endireitar o arroio”. “É a segunda vez que acontece. Chove e inunda tudo. Não pode ficar assim”, acrescenta. Em questão de minutos, a água tomou conta. Integrantes da diretoria trabalhavam como podiam. Uns colocavam tábuas na frente da porta lateral e tentavam conter a força da água. Mas parecia que quanto mais as máquinas da prefeitura trabalhavam para abrir um “desvio”, mais rápido o nível da água subia.
A diretoria tentou salvar o que podia, arrastando eletrodomésticos e materiais que estavam sendo tomados pela água. “Na outra vez o prejuízo foi de 10 mil reais, e nós perdemos todo arquivo da escolinha. Agora a água subiu um metro a mais. Estragou freezer, chão, materiais foram perdidos, tudo. O prejuízo vai passar fácil de 15 mil”, lamentou Roque Blume, o Lins. “Temos que resolver de uma vez. Não dá para deixar assim. Estamos indignados”.






JK no JDI

O Jornal Dois Irmãos recebeu sexta a visita ilustre de Jayme Keunecke, o “JK” do programa Clóvis Duarte




O Jornal Dois Irmãos recebeu nesta sexta-feira a visita ilustre do jornalista Jayme Keunecke, 75 anos, o famoso “JK” do Programa Clóvis Duarte, exibido de segunda a sexta-feira das 18h45 às 19h45 na TV Pampa (canal 4). O programa tem como característica principal levar aos telespectadores a notícia de forma descontraída e bem dinâmica.
Jornalista político há 51 anos, JK conviveu de perto com vários presidentes e governadores. Já entrevistou, entre outros, Juscelino Kubitschek - que também era JK -, Jânio Quadros, Fernando Henrique Cardoso, Leonel Brizola, Alceu Colares, Olívio Dutra, Antonio Britto, Germano Rigotto e a “Yeda Cruz Credo”, como ele mesmo brinca.
Nesta entrevista exclusiva, JK conta um pouco da vasta experiência no jornalismo gaúcho.


Como começou no jornalismo?
JK -
Estou na profissão há 51 anos. Comecei na Rádio Clube Canoas, em Porto Alegre, que hoje é a Rádio Metrópole do Grupo RBS. Na época, ela era de propriedade de João Goulart, eu tinha 24 anos. Em 1957 fui para o Diário de Notícias onde fiquei por 26 anos. Também trabalhei três anos na RBS, passando por Zero Hora, TV Gaúcha e Rádio Gaúcha, onde trabalhei com Mendes Ribeiro e Dilamar Machado.


Quando chegou no Guerrilheiros da Notícia?
JK -
De 1982 a 1990 fiquei afastado do jornalismo, trabalhando primeiramente na campanha a deputado de Pratini de Moraes e depois no seu gabinete em Brasília. Lembro que na época a gente veio a Dois Irmãos fazer campanha e aqui o candidato a prefeito pelo PDS era o Romeo Wolf, que inclusive venceu as eleições. Então, em 1990, eu fui convidado pelo Flávio Alcaraz Gomes para participar do Guerrilheiros da Notícia (programa que fez história na TV Guaíba, canal 2, e que agora é exibido pela TV Pampa no início da tarde).

Como foi trabalhar com o Flávio?
JK -
Flávio é um grande “cozinheiro”, como se diz no jornalismo. Ele deixa o pessoal trabalhar, provoca o debate. Eu fazia TV e tinha um comentário diário na Rádio Guaíba. Há dois anos, quando a Igreja Universal comprou a Caldas Júnior, eles terminaram com todos os programas locais e nós passamos para a Rede Pampa. Só que aí o horário era das 13h às 13h45, e não servia para mim. Eu tinha dez clientes no programa. Liguei para eles e todos disseram que este horário também não servia, então os levei comigo. Em julho do ano que vem completo três anos com o Clóvis Duarte.

Depois de mais de 50 anos, o que dizer da profissão de jornalismo?
JK -
Amo o que faço. Mas além do jornalismo, faço também publicidade, porque só como jornalista a gente morre de fome (risos). Eu mesmo sou minha “agência de publicidade” .

Como surgiu o “JK”?
JK -
Em 1957, quando estava Diário de Notícias, eu assinava as colunas com meu nome todo. O problema é que meu nome todo não é só Jayme Keunecke; é Jayme Ricardo Machado Keunecke, uma loucura de nome (risos). Então, como era a época do presidente Juscelino Kubitschek, o Ernesto Corrêa mandou eu assinar como “JK” também. “Tu até é parecido com o Juscelino”, ele dizia. E assim ficou. Hoje até os meus filhos e netos às vezes me chamam de JK.

Nestes 51 anos de jornalismo, lembra de algum caso marcante dos bastidores da televisão?
JK -
Acontece tanta coisa nos bastidores... Certa vez estava entrevistando o general Ibá Ilha Moreira, que era secretário de segurança pública, e perguntei: “General, o senhor disse que terminou com os problemas de segurança pública, mas quanto ao jogo do bicho?” Na hora tirei do bolso um joguinho que eu tinha feito e emendei: “Esse aqui eu fiz ainda hoje pela manhã...” Ele respondeu: “Eu posso prender o senhor agora mesmo”. Eu estava tremendo. “Quem joga também é contraventor”, continuou ele. Estávamos ao vivo, na TV Piratini, eu olhei para a câmera e chamei logo o intervalo.

Como grande jornalista político, quem foi o melhor presidente do Brasil na sua opinião?
JK -
Figueiredo foi um grande presidente.

E o melhor governador do Estado?
JK -
Leonel Brizola, pelo plano de escolarização que fez. Ele construiu 500 escolas no Rio Grande do Sul, com escola integral. Um trabalho fantástico!

O que dizer do atual governo Lula?
JK -
O Lula tem grande popularidade. Se ele pudesse concorrer novamente em 2010, se reelegeria.
Ele soube escolher a sua equipe de trabalho. Ele não entende nada, mas soube escolhe quem entende.

E de Yeda Crusius?
JK -
A governadora Yeda colocou as finanças do Estado em dia, mas politicamente ela é um desastre. É uma mulher competente, mas que não sabe dialogar, não sabe se comunicar. Ela não segue os preceitos do grande comunicador da televisão brasileira, o Chacrinha, que dizia “quem não se comunica se trumbica”.