quinta-feira, 10 de dezembro de 2009

Dois Irmãos entra no debate mundial sobre o aquecimento global


Dois Irmãos deu o primeiro grande passo na direção de se tornar a capital do debate sobre o aquecimento global.
Em meio à discussão mundial sobre a degradação ambiental do planeta Terra, o Jornal Dois Irmãos saiu na frente com a realização do Primeiro Encontro Regional Sobre Aquecimento Global, nesta terça-feira. O evento, realizado no auditório do Centro de Pastoral da Comunidade Católica, contou com a participação de mais de 100 dois-irmonenses preocupados com o seu futuro e das próximas gerações.
A realidade já está batendo a nossa porta. Os últimos acontecimentos climáticos são apenas a consequência da ação destrutiva do homem. O planeta pede socorro, e a mudança depende de todos. Foi neste sentido que o biólogo e ambientalista Jackson Müller e o presidente da Sulgás, Antônio Gregório Goidanich direcionaram suas palestras sobre o aquecimento global.
- Até pouco tempo atrás não era comum ouvir falar de tornados e furacões. Hoje essas tragédias já assolam o nosso Estado. Aqui em Dois Irmãos mesmo, recentemente vocês ficaram dois dias sem água, e já foi um caos. Por isso, é importante destacar que a solução do problema começa nos municípios. É um desafio que terá de ser acompanhado por bem ou por mal. E não é só o poder público ou profissionais especializados que têm que fazer a mudança; é cada um de nós. Todos temos responsabilidades e podemos contribuir. É uma injustiça o que estamos fazendo com os nossos netos - comentou Jackson Müller, lembrando o furacão que devastou Santa Catarina em 2004 e da mortandade de peixes no Rio dos Sinos em 2006.
A chave de tudo é a conscientização.
- Um dos problemas que deve ser mudado é a mentalidade das pessoas. Aqui no Rio Grande do Sul, principalmente, somos incapazes de ouvir quem pensa diferente de nós. É difícil conscientizar - lamentou Antônio Goidanich.
O presidente da Sulgás destacou que é preciso pensar em alternativas menos poluentes.
- O Brasil é um país para trens. Seria infinitamente mais inteligente ir de São Paulo ao Rio de Janeiro de trem, por exemplo. A navegação é outro recurso muito mais vantajoso para o transporte de cargas, principalmente. Pode fazer o trabalho de 100 caminhões - comparou Goidanich.
Para Jackson, a solução está no indivíduo:
- Precisamos efetivamente envolver a sociedade. A verdadeira revolução que esperamos é a do indivíduo. Não é questão de competir, mas de cada um dar o melhor de si - afirmou o ambientalista.
A iniciativa de promover este encontro regional foi muito elogiada pelos palestrantes.
- É de grande importância trazer este assunto para superfície - destacou Jackson.
Para o editor do Jornal Dois Irmãos, Alan Caldas, foi um “momento histórico” e “preparatório de um grande futuro para Dois Irmãos”.
- Se houve algo histórico nesta cidade, foi isso. É a primeira vez que Dois Irmãos discute entre si um problema que afeta a humanidade como um todo. Pela primeira vez não olhamos apenas para o nosso umbigo, para a nossa casa ou nossa rua, apenas. Pela primeira vez sentamos para debater a humanidade e a casa dela, o planeta Terra. Foi a única vez em que os dois-irmonenses sentaram como homens e mulheres de boa vontade para dizer o que pensam e ouvir o que os outros pensam sobre o que a raça humana está fazendo de mal ao planeta. Eu me sinto honrado de ter sido, junto com a equipe do jornal, organizador desse evento - declarou ele.


AGRADECIMENTO
O JDI agradece aos palestrantes pela ótima explanação; à Paróquia São Miguel pela cedência do espaço; ao pároco Paulo Bervian, que deu sua benção ao encontro; à empresa de transportes Wendling (Av. Irineu Becker, 888), ao Posto Bruder (Av. João Klauck, 22) e Posto Dois Irmãos (Av. João Klauck, 301) que patrocinaram os anúncios de rádio veiculados na capital do Estado; e a todas as pessoas que prestigiaram e se engajaram neste debate.

Morre vovó de 101 anos


Faleceu nesta quarta-feira a vovó Lydia Clementina Schneider, de 101 anos. A centenária vivia na localidade de Picada Verão com o genro Delício Jorge Sander e sua esposa Gerda.
Dona Lydia foi entrevistada no mês de agosto para o caderno especial sobre os 50 anos de emancipação de Dois Irmãos. Quando completou 100 anos, a redação do Jornal Dois Irmãos também conversou com dona Lydia, que ainda esbanjava alegria e muita vontade de viver.
A vovó de 101 anos nasceu em Picada São Jacó, que pertence a Sapiranga, e veio morar em Dois Irmãos aos 20 anos, quando casou com Valter Albano Schneider (in memorian), cuja família foi a primeira a se instalar na localidade de Picada Verão. Dona Lydia teve duas filhas. “Tínhamos 25 hectares de terra. Aqui, era tudo mato de acácia. Lembro como se fosse hoje. Eu tinha de trabalhar como se fosse o homem da casa, porque meu marido vivia doente. Eu lavrava a terra, tirava leite de três vacas, mantinha a roça limpa e ainda cuidava da casa. Quando tem bocas para serem alimentadas, quem tem saúde tem de trabalhar e produzir, não importam as condições”, contou ela, na entrevista de 2008.
Nos últimos meses dona Lydia estava mais debilitada, mas até os 100 anos ela ainda pegava na enxada para cuidar da horta ao lado de casa. E sempre com um belo sorriso no rosto. O enterro foi nesta quarta no Cemitério Evangélico.

Câmara aprova Orçamento


A Câmara de Vereadores de Dois Irmãos aprovou na última segunda-feira o Orçamento Municipal para 2010, previsto em R$ 37.244.130,00. O projeto de Lei 167/2009 recebeu dez emendas modificativas e duas aditivas.
Na votação final, o documento com as emendas foi aprovado por 6 votos a 2. Votaram a favor Paulinho Quadri e Tânia da Silva (PMDB); Jerri Meneghetti e Eliane Becker (PP); Jair Quilin e Antônio Renz (PDT). Votaram contra Eliseu Rossa e Joracir Filipin (PT).
A votação das emendas - todas apresentadas pelos vereadores da oposição - dividiu a situação. Os petistas Eliseu e Joracir votaram contra as 12 emendas, enquanto que Jair e Renz, do PDT, “se revezaram”. Quando Jair votava a favor, Renz era contra, e vice-versa. As exceções foram as emendas 007 - que os dois votaram contra -, 001 e 010 - que os dois votaram a favor.
A oposição apresentou emendas aumentando os recursos destinados à entidades como Fundação Assistencial de Dois Irmãos (FADI), Apae e Corpo de Bombeiros. Também fez emendas destinando recursos para a construção do Centro de Convivência da Terceira Idade (240 mil no total) e do novo Postão 24h (750 mil).
POLÊMICA NA TRIBUNA
Antes da votação, o projeto voltou a agitar a tribuna. O presidente Sérgio Fink (PSDB) disse que as emendas foram apresentadas com o objetivo de “melhorar o orçamento, e não para criar polêmica”. Ele também rebateu o chefe de gabinete Paulo Brachtvogel, que dias atrás criticou a postura da oposição em relação ao projeto.
- Talvez não seja função do chefe de gabinete ter conhecimento dos números - alfinetou.
Sérgio criticou a situação por reclamar do limite de 2% nos créditos suplementares - percentual que a prefeitura pode movimentar sem passar pelo Legislativo.
- Tenho analisado as atas em que os vereadores se manifestam sobre os 2%. Acredito que seja mais por falta de conhecimento do que por má fé, pois este ano já foram remanejados 11 milhões, o que corresponde a 32,8% do Orçamento. Sem contar 5 milhões que não passaram pela Câmara. Portanto, não aceito mais falarem sobre os 2%.
Jerri Meneghetti (PP) também justificou a necessidade das emendas ao Orçamento 2010:
- O Orçamento não traz segurança para as entidades. O projeto não contempla as prioridades votadas pela população. A Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) também não foi cumprida - reclamou o vereador.
- É preciso parar de se preocupar tanto com propaganda e politicagem, e prestar mais atenção no que o município realmente precisa. É hora de esquecer um pouco o passado, arregaçar as mangas e trabalhar - disparou Jerri.
Eliseu Rossa (PT) reagiu:
- Contesto o vereador vir aqui dizer que o PT faz politicagem. Quando o teu partido estava no governo, foi uma “politicagem frustrada”. Se tivessem aplicado bem os recursos, talvez não teriam perdido a eleição - declarou.
ORÇAMENTO “REAL”
O líder de governo Jair Quilin (PDT) disse que não adianta incluir no Orçamento obras como o Centro de Convivência da Terceira Idade e depois não fazer.
- Enganaram durante sete, oito anos, e não fizeram o Centro de Convivência. Esse, se não é o Orçamento ideal, pelo menos é o real. Não vamos enganar! - garantiu.
Tânia da Silva (PMDB) rebateu:
- O Orçamento não é para dizer “amém”. Nós temos que ler e fazer as emendas. Se quiserem deixar assim, depois não venham pedir dinheiro para suplementação.
Por fim, o presidente prometeu que a Câmara “vai apertar mais” a fiscalização sobre a administração.
- Só vontade política não basta; é preciso ter capacidade. Faz seis meses que a Câmara devolveu 250 mil reais para a construção do posto de saúde no bairro São Miguel, mas até agora não fizeram nada - concluiu Sérgio Fink.