segunda-feira, 26 de outubro de 2009

FÉ NA REDE

A igreja está online. Em dias de Youtube, Facebook, iPhone e Orkut, o crescimento da internet e a inclusão digital atinge também as religiões

No mundo inteiro a ferramenta tem sido utilizada para compartilhar e espalhar mensagens diversas. E na Igreja Católica não tem sido diferente. Gerar conteúdo para que os internautas compartilhem e espalhem a mensagem de Cristo é a grande missão online do Vaticano na internet.
Sites como www.vatican.va, canal no Youtube, Rádio Vaticana e também o canal www.pope2you.net representam legitimamente os caminhos da Igreja de Pedro ao longo dos séculos. O Pope2You foca, sobretudo, o público jovem e reúne aplicativos para Facebook e iPhone, uma verdadeira wikipédia católica. E o Papa Bento XVI está lá. No Facebook? Sim. A Santa Sé sempre se preocupou em dominar os mais novos (e eficientes) meios disponíveis para disseminar suas mensagens. A igreja vislumbra na internet o mesmo que setores de marketing e entidades do mundo: aproveitar as potencialidades da web.
A Paróquia São Miguel também está na rede. A Diocese de Novo Hamburgo mantém o site www.mitranh.org.br com notícias, eventos, artigos, programação religiosa das paróquias e outras informações. "A internet é um eficaz meio de comunicação pela agilidade e rapidez das informações", diz o padre Paulo Bervian, que está sempre conectado para acompanhar as notícias da igreja no mundo.
Para falar sobre os objetivos, a importância da internet na igreja, e especificamente sobre este site, o Jornal Dois Irmãos entrevistou o Bispo Dom Zeno Hastenteufel.
A entrevista, claro, foi feita por e-mail. O bispo utiliza a internet para pesquisas, prestar informações e comentários sobre os assuntos atinentes à vida da Igreja, e diz que "ainda" não utiliza msn, orkut ou facebook. "Falta-me o tempo, a necessária infra-estrutura e até mesmo o conhecimento destes instrumentos e de suas mais diversas facetas", diz Dom Zeno.


Dom Zeno:
"Nossa página tem
15 mil acessos por mês"


Qual é a grande missão online da igreja?
Dom Zeno -
A Igreja busca através da internet uma comunicação mais rápida e mais qualificada com o nosso povo. Nós sabemos que a nossa página da Internet tem cerca de 15.000 acessos por mês, o que significa 500 pessoas nos consultando todos os dias. São pessoas que buscam as mais diversas informações. Temos certeza de que este número vai crescer muito nos próximos anos. Precisamos caprichar sempre mais. Colocar de fato bom conteúdo, opiniões firmes e claras. Precisamos comunicar-nos com o nosso povo, de todas as formas possíveis.

A internet seria o mais novo apóstolo na missão evangelizadora?
Dom Zeno -
É uma maneira de falar. Não há dúvida de que a internet hoje facilita muito todas as coisas. Diariamente temos acesso às melhores informações sobre a Igreja, no Brasil e no mundo todo. Podemos acessar diretamente o Vaticano e ler todas as novidades da Igreja a cada dia. Em nossa página da diocese, você tem acesso às notícias, à Radioweb, ao Santo do dia, aos artigos de nossos bispos, as programações das paróquias e tantas outras coisas.

É possível encontrar e entender Deus por meio da internet?
Dom Zeno -
Internet eu a entendo como uma ferramenta de trabalho. É um poderoso meio de comunicação. Eu acho que é possível encontrar Deus, mas só para quem realmente estiver procurando ou quem já está com meio caminho andado e sabe onde procurar.

Qual é o principal público que a igreja pretende atingir?
Dom Zeno -
É claro que através da Internet nós temos mais facilidade de chegar aos jovens. As pessoas de idade não sabem o que é isto e talvez não estejam em condições de se adequar a este tipo de comunicação.

O que é possível encontrar no site?
Dom Zeno -
Você sabe muito bem que isto depende do site. No site de nossa diocese, como já me referi acima, você encontra notícias, artigos, programações, muita instrução, boa leitura e ampla possibilidade de informação sobre a diocese e sobre a Igreja em geral. O site é como a geladeira. Por si só não traz nada de novo. Mas, tudo o que colocamos nele se conserva e chega ao seu objetivo de forma nova e sadia.

Quem criou o site? Quando?
Dom Zeno -
Nós já temos um site diocesano há muitos anos. Eu ainda não era o bispo de Novo Hamburgo e já acessava a minha nova diocese. Acho que foi elaborado pelo nosso Diretor Técnico, o diácono Moretti. Hoje ele está sendo alimentado pela nossa PASCOM (Pastoral da Comuni-cação, coordenado pela jornalista Dorce).

Quem atualiza os dados? As paróquias mandam o material?
Dom Zeno -
Evidentemente nem todas as paróquias tem facilidade no manuseio destes novos instrumentos de comunicação. Mas, muitas paróquias têm sua própria página, como Canela, São Luiz, Gramado e outras. Muitas paróquias mandam seu material para o site. Outras esperam que a gente as procure e busque as notícias.

As pessoas podem, por exemplo, mandar rezar missas, agradecer graças alcançadas ou se confessar pela internet?
Dom Zeno -
Nossas paróquias ainda não estão muito adaptadas para estes serviços. Mas, é claro que em muitos lugares já se faz um grande atendimento por e-mail. Mas, evidente que confissão nunca vai ser possível por internet. Confissão exige presença física. Não se pode confessar por telefone, nem por rádio.

Qual a importância desses meios para a difusão da fé católica?
Dom Zeno -
A internet é um poderoso instrumento de comunicação. Está sendo muito bem utilizado para divulgar muitas coisas positivas, também a mensagem cristã. Existem inúmeros sites que mantém um constante contato com o público, informando sobre muitos pontos e aspectos da doutrina. Em nossa diocese, a página do CLJ mantém um serviço importante de orientação vocacional e orientação da juventude.

Além de e-mail, o Bispo ou mesmo a Igreja utiliza alguma outra ferramenta como orkut, msn, facebook?
Dom Zeno -
A Igreja são todos os cristãos do mundo, são todos os bispos e padres, são todas as organizações eclesiásticas do planeta. Muito acontece através de todos estes meios. Eu pessoalmente não utilizo ainda nenhum destes instrumentos. Falta-me o tempo, a necessária infra-estrutura e até mesmo o conhecimento dos instrumentos e de suas mais diversas facetas. Mas, através de e-mail, estou sempre à disposição para entrevistas, informações e comentários sobre os assuntos atinentes à vida da Igreja.

Pastor Robson
"A rede é um espaço para os
fiéis conhecerem a religião"

Mesmo na era da internet 2.0, com a interatividade imperando, nem todas as igrejas estão conectadas 24 horas à rede. Mas, como não dá para ficar para trás, elas começam a usar algumas ferramentas para chegar mais perto dos fiéis.
De acordo com o pastor Robson Neu, da comunidade Evangélica de Dois Irmãos, a igreja não possui um site exclusivo, mas, noticia alguns eventos mais importantes na página da Igreja Evangélica de Confissão Luterana no Brasil, que possui uma página para a região (www.luteranos.com.br/nordestegaucho). Um projeto futuro, é criar um blog de conhecimentos bíblicos para os jovens.
O site não possui interatividade direta com Dois Irmãos, mas, segundo o pastor, é uma ferramenta para as pessoas que queiram conhecer um pouco mais sobre a igreja através da internet. "Vejo a internet como um espaço para busca de conhecimento. Na rede, os fiéis podem conhecer a religião e compartilhar experiências. Mas, não acho que podemos substituir tudo pela rede. Primo sempre pelo contato pessoal. O site tem uma linguagem escrita. Já pessoalmente, temos também a linguagem corporal, que é fundamental. A internet é mais fria, e a igreja e a fé precisam deste contato direto, pessoal. Mas, não há como não se modernizar. Se não trabalharmos com internet, ficamos para trás", afirma o pastor.




MSN é a principal ferramenta
O principal contato virtual que a comunidade evangélica possui entre os fiéis é através do e-mail. Um deles, é o da própria comunidade (ieclbdoisirmaos@terra.com.br), que fica aos cuidados da secretária Marli Lutz. Outro, é o contato direto com o pastor Robson, através do MSN (roblneu@hotmail.com). Mas, as conversas on-line através do MSN ou e-mail parecem não agradar muitos aos fiéis de Dois Irmãos. "São poucos os e-mails que recebemos de pessoas aqui da cidade, principalmente no meu e-mail. O mais comum são pessoas de outras cidades, que vêem algum contato nosso em revistas especializadas, e entram em contato para saber algo mais", diz Robson, que afirma ter feito também um perfil no site de relacionamento Orkut. "É uma forma de se aproximar das pessoas. Mas, utilizo muito pouco essa ferramenta", comenta o pastor.
A era digital está tomando conta em todos os setores. E, sem dúvida, as igrejas não poderiam ficar de fora. Por enquanto, em Dois Irmãos, a moda pode ainda não ter sido adotada por completo. Mas, a igreja vem investindo cada vez mais nessa ferramenta. Prova disso, é que há mais de cinco anos, nenhuma correspondência da igreja Evangélica é enviada às comunidades.


Pastor Rafael
"Usamos a tecnologia
para trazer as pessoas
de volta para a Igreja"


A Igreja Evangélica Luterana do Brasil também tem seu site. No www.ielb.org.br, em versão português ou inglês, o fiel internauta pode saber sobre o histórico da Igreja Luterana, quem são os pastores (com os contatos por e-mail de cada um), mensagem do dia e notícias atualizadas.
A congregação de Dois Irmãos não tem site, mas o pastor Rafael Wilske conta que acredita que a internet pode ajudar na difusão da fé e que a ideia já está sendo estudada pela igreja dois-irmonense. "A nossa congregação ainda não tem seu site. No entanto, os pastores têm seus e-mails, o que ajuda na comunicação com colegas e membros. O grupo de jovens também tem orkut. Eu tenho msn que uso particularmente, mas acontece de haver um bate-papo relacionado com a fé cristã também com membros da igreja", comenta ele. Rafael alerta que a tecnologia precisa ser usada de forma consciente. "As coisas por si só não são boas ou ruins, mas o uso que fazemos delas é que as transforma. Temos que usar a internet como instrumento e não deixar que ela aja por si só. A internet tem o poder de dominar e sua atração é mais forte que a Igreja. O nosso objetivo em usar a tecnologia é de conseguir trazer as pessoas de volta para a igreja. Isso independente se o fiel é católico, evangélico ou luterano", opina ele.
Apesar das inúmeras maneiras de comunicação que surgem com a tecnologia, o pastor Rafael diz que para ele nada irá substituir o relacionamento pessoal. "Não troco o olho no olho por nada. Aos poucos as pessoas vão se afastando de amigos, vizinhos e se aproximando e vivendo cada vez mais ligadas a internet. Infelizmente, no futuro vamos colher uma geração vazia, solitária e de isolamento virtual. A internet aproxima quem está longe e afasta quem está perto. Nós, como igreja, temos que ter muito cuidado e saber usar essa tecnologia", conclui ele.



Os melhores do festival


Monólogo da Solidão foi o grande vencedor do 15º Festival de Esquetes Teatrais de Dois Irmãos, arrebatando os prêmios de melhor espetáculo, atriz, cenário e iluminação. O espetáculo O Pequeno Tuti também ganhou quatro prêmios.
Veja abaixo a relação completa dos ganhadores:

Melhor Espetáculo
Monólogo da Solidão
Grupo Balança Mas Não Cai! / Campo Bom

Melhor Espetáculo Júri Popular
O Pequeno Tuti
Grupo Tony e Sua Troupe / Novo Hamburgo


Melhor Direção
Bruno Emerich, por O Pequeno Tuti
Grupo Tony e Sua Troupe / Novo Hamburgo


Prêmio Especial do Júri
A Estátua
Grupo Teatral 25 de Julho / Brochier


Melhor Ator
Everton Félix, por O Pequeno Tuti
Grupo Tony e Sua Troupe / Novo Hamburgo


Melhor Ator Coadjuvante
Luis Fernando Rodembuch, por Um Brinde
Grupo Pintando o 7 / Novo Hamburgo


Melhor Atriz
Carla Santúrion, por Monólogo da Solidão
Grupo Balança Mas Não Cai! / Campo Bom


Melhor Atriz Coadjuvante
Patrícia Soso, por Escolha Em Debate
Grupo do Play / Porto Alegre


Melhor Texto Original
O Pequeno Tuti
Grupo Tony e Sua Troupe / Novo Hamburgo


Melhor Texto Adaptado
Um Brinde
Grupo Pintando o 7 / Novo Hamburgo


Melhor Figurino
Maria Ângela Flesh e Anderson Martins, por
Conserto de Senhoritas
Grupo Tá Nascendo Arte / Rolante


Melhor Cenário
Allan Klaus, por Monólogo da Solidão
Grupo Balança Mas Não Cai! / Campo Bom


Melhor Trilha Sonora
Fábio Ferraz, por Andreuccia de Peruggia
Grupo Não Temos Nome Ainda / Novo Hamburgo


Melhor Maquiagem
Elário Kasper, por Andreuccia de Peruggia
Grupo Não Temos Nome Ainda / Novo Hamburgo


Melhor Iluminação
Anderson Zang, por Monólogo da Solidão
Grupo Balança Mas Não Cai! / Campo Bom

Crack tem relação com 6 mortes por dia no RS


Na quinta-feira, no Restaurante Paradouro, em Morro Reuter, aconteceu o Seminário Epidemias, promovido pelo COGERE - Colegiado de Gestão Regional. O evento contou com a participação do secretário estadual da Saúde, Osmar Terra, da delegada e coordenadora do COGERE, Silene Cornelius Auler, do prefeito de Morro Reuter, Adair Bohn, e do vice Harri Becker, além de secretários de saúde e representantes de 24 municípios da região.
Na sua palestra, na manhã de quinta, o secretário apresentou números impactantes da triste realidade do crack no Estado.
- Há 12 anos não tínhamos nenhum registro de usuário. Hoje, são 60 mil pessoas, o que significa que 0,5 a 1% da população é dependente de crack no Rio Grande do Sul. A gripe A não é o maior problema da saúde pública; o crack é o pior. Temos média de cinco homicídios por dia, e a metade tem a ver com crack, disputa de tráfico, sem falar nos danos orgânicos. Antes as mortes eram relacionadas a marido ciumento, hoje isso não existe mais. Seis pessoas morrem por dia vítimas de crack no Estado. É um problema crescente e nós não temos como frear isso - comentou o secretário.
Osmar Terra também destacou a letalidade da droga:
- Por que cresce tão rápido o numero de usuários? Porque o crack é diferente das outras drogas, ele é oito vezes mais potente que a cocaína. E o viciado não fuma uma pedra por semana, ele precisa dela todos os dias e o efeito dura 20 minutos. Por isso, é preciso um plano geral, atacar o crack como prioridade, pois a violência está aumentando. É um desafio para a saúde mental do futuro.
O Seminário Epidemias tratou de questões administrativas, de gestão, de como os municípios devem se preparar para lidar com uma epidemia. Na parte da manhã, foram relatadas experiências em relação aos usuários de crack.
O secretário estadual da Saúde, Osmar Terra, destacou que a governadora Yeda Crusius criou um programa contra a violência que está sendo desenvolvido em 14 municípios-pilotos - entre eles Novo Hamburgo – e atinge toda a família.
- Entendemos que se há um bom acompanhamento das crianças, temos uma capacidade melhor de enfrentar as adversidades que vão surgindo nas diferentes fases da vida. O programa capacita equipes de saúde da família: os CAPS (Centro de Atenção Psicossocial) fazem o acompanhamento do dependente químico; as prefeituras atuam na reinserção social; as comunidades terapêuticas atuam na busca de soluções. Enfim, qualquer forma de trabalho é válida, desde que tenha algum impacto - afirmou Osmar.
GRIPE A - O secretário também comentou sobre a Gripe A, que agora registra 60 casos por semana.
- A gripe A teve um pico e hoje ainda temos 60 casos por semana.Antes eram 1.200. Acredito que 2 milhões de gaúchos já contraíram o vírus, e tivemos 200 óbitos. Mas estamos preparados. Se surgir a segunda onda no verão, com certeza vai ser menor que a primeira, pois nosso grande problema é o frio. Estamos preparados com vacinas. Virão mais 6 milhões de doses em fevereiro, março, temos uma estrutura montada - disse ele.
TRANSPLANTES - Sobre a nova regra que dá prioridade a menores de 18 anos na fila por transplantes, o secretário diz que “é a escolha de Sofia”, numa alusão ao romance de William Styron, que simboliza uma escolha entre opções igualmente intoleráveis.
- É a escolha de “Sofia”, favorecer quem tem mais tempo de vida. Se eu precisasse de um transplante e meu filho também, lógico que eu iria priorizar meu filho.
No período da tarde, o tema do encontro foram epidemias como dengue, gripe A e febre amarela.
Também foi tema de debate leishmaniose e tuberculose. O encerramento foi por volta das 16h30.