quarta-feira, 10 de fevereiro de 2010

HAJA ÁGUA!

Na sexta, 5, os 25 mil habitantes de Dois Irmãos
consumiram mais de 6 milhões de litros de água
Com o calor excessivo, o consumo de água é na mesma proporção ou até mais que o de energia elétrica. Segundo estatística da Corsan, nos finais de semana Dois Irmãos tem seu pico no consumo de água.
Na última sexta-feira, segundo a funcionária Diane Viana (foto), da Corsan, os 8 poços da cidade mais o da Estação de Tratamento de Água produziram 6 milhões de litros de água. A bomba trabalhou 24 horas e produziu 6,069 metros cúbicos de água. O número representa aumento de 12% na produção, comparando com um dia normal. E nesse dia foram consumidos 409 mil litros de água a mais que ontem, segunda-feira.
Em dias normais, a bomba trabalha em média 22 a 23 horas. Além do dia 5, em janeiro a bomba da Estação de Tratamento trabalhou direto 24 horas também nos dias 9, 19 e 23.
Para manter o serviço de fornecimento de água num nível satisfatório, três funcionários da Corsan se revezam no trabalho na estação de tratamento, que vai noite adentro.
A produção necessária é observada pelo nível de água do reservatório, que é medido por uma régua.
Cada risco da régua equivale a 30 mil litros. Quando o reservatório está cheio, são 770 metros cúbicos de água.
Na tarde desta terça, às 15h20, o nível estava em 650 metros cúbicos. “Agora já tenho que ligar o outro poço na estação, que é para ajudar na produção. Vou ligar para que até o fim do dia o reservatório fique cheio, que é quando o pessoal chega em casa e o consumo aumenta”, diz Diane.
A tendência é que o alto consumo continue nos próximos dias, pelo menos enquanto o calor persistir. Com mais um poço inaugurado no bairro União, a Corsan não vê perigo de chegar a faltar água na cidade.

Risco de acidentes com moto é duas vezes maior


A corrida em busca de preços mais baixos, economia de combustível e agilidade no trânsito, faz com que cresça cada vez mais a frota de motos circulando no Estado. A estimativa é de que até o final de 2010 serão 1 milhão de motocicletas em circulação. De 2003 a 2009 o número de motos dobrou, passando de 433 mil para 870 mil - o que já é 19,7% da frota total no Rio Grande do Sul.
Com o aumento do número de motocicletas nas ruas, aumenta também o índice de acidentes e mortes em ruas, avenidas e rodovias. Um levantamento do Departamento Estadual de Trânsito (Detran), com base em números do ano de 2009, indica que motociclistas se envolveram em 404 acidentes com morte no ano passado, o que representa 4,8 ocorrências para cada 10 mil veículos. No mesmo período houve 677 casos de acidentes fatais envolvendo carros, em uma taxa de 2,6 para 10 mil. Essa comparação indica que o risco de tragédia sobre uma moto é 85% maior do que no interior de um automóvel. “A moto é mais frágil e expõe o condutor a mais riscos que um carro. Por isso, esse condutor nos preocupa”, comenta o diretor-presidente do Detran, Sérgio Filomena.
Em Dois Irmãos, em janeiro deste ano, 13 novos condutores se habilitaram na categoria A no Centro de Formação de Condutores (CFC). Isaías Miranda dos Santos (foto), o Papa-Léguas, de 36 anos, dirige moto há mais de 15. Ele já sofreu dois acidentes graves, e conhece bem os perigos da estrada. Mesmo assim, não pretende deixar de andar. “A moto expõe o cara a um risco muito maior. Mas quem anda de moto tem que usar equipamento de proteção. Tanto no frio, como no calor de quase 40 graus da semana passada, ando sempre com meu colete de couro, bota e calça de couro. Tem que usar, enquanto eu aguentar o calor, só ando assim”, diz ele, que trabalha como motoboy. “Se o motoboy parar de trabalhar, a cidade para. Tanto aqui, como em São Paulo e no Rio de Janeiro, o número de motoboys está crescendo pela praticidade, agilidade e economia. Mas é preciso estar muito atento ao trânsito”, comenta Isaías.
Para o presidente da Associação de Motociclistas do Estado do Rio Grande do Sul, Leandro Balardin, não adianta ter a melhor moto sem o equipamento de segurança. “É preciso um bom capacete, um bom protetor de ombro, cotoveleira e bota. Por mais que vá dar apenas uma volta, tem de usar o equipamento. Uma fechada no trânsito pode deixar sequelas para o resto da vida”, diz ele, que no mês passado perdeu sua filha em um acidente de moto em Cachoeira do Sul. “A culpa não é da moto, do objeto. É da imprudência, da negligência. Há diversos motociclistas conscientes por aí, como também há um percentual intolerante”, diz.


Ele sofreu acidente de moto
há 2 anos e está paraplégico
Éder Luís Eich (foto), 24 anos, morador do bairro Bela Vista, sofreu um acidente de moto em março de 2008 e ficou paraplégico. O dia ficou marcado na sua memória. Ele comemoraria seu aniversário naquele sábado.
Pela manhã, no entanto, retornou de uma festa e saiu novamente para deixar um amigo em casa em Morro Reuter. Na volta, Éder se perdeu numa curva e caiu com sua moto, uma Honda Titan 150. Com a queda, bateu a coluna e ficou paraplégico.
Hoje, quase dois anos depois, Éder tenta retomar a vida. “Mas não é como era antes. Saio de casa, mas encontro muitas limitações. Nós adaptamos a casa, mas na rua, não posso andar. Tem muito degrau para subir e o acesso é bem limitado”, comenta o rapaz. Depois de oito anos sem estudar, em 2009, Éder, mesmo na cadeira de rodas, cursou o 1º ano do Ensino Médio na escola estadual Affonso Wolf. Este ano ele já fez sua matrícula para cursar o segundo ano. “No ano passado a escola ainda não estava adaptada, aí o pessoal me ajudava bastante. Agora já estão adaptando banheiros e tudo. Isso é muito bom”, comemora.
Outra dificuldade para ele é quanto ao transporte. Em 2009, durante um mês, a prefeitura levou o jovem até a escola e depois continuou custeando o combustível para ele ir de carro com um amigo. “Mas agora o meu amigo se formou. Ainda não sei como vai ser”, destaca Éder, que tem muita esperança na recuperação.
Para os amigos e pessoas que dirigem moto, o jovem recomenda: “Não misturem bebida alcoólica com direção. Isso é o principal. Foi muito difícil eu entender que minha vida mudaria completamente de uma hora para outra. O médico me deu poucas chances. Por isso tanto de moto, quanto de carro, os motoristas têm de ser prudentes”.



NÚMEROS DO ESTADO
- De 1,3 milhões de condutores habilitados para pilotar motocicletas, 86% são homens; 68% tem entre 21 e 50 anos; 71% não exercem atividade remunerada com o veículo.
- De cada 5 veículos no Estado,1 é motocicleta. Em 2003 433.242 motos no RS; em 2009 chegou a 870.437.
- Em 2008 foram registrados 400 acidentes fatais com motos no Rio Grande do Sul e em 2009 foram 404 ocorrências.

Oposição cobra maior agilidade da prefeitura na execução de obras

Maior reclamação é quanto à demora no asfaltamento da Estrada Sapiranga

A Câmara de Vereadores aprovou três projetos de Lei na sessão de segunda-feira, que durou pouco mais de duas horas. Já o projeto de Lei 021/2010, foi encaminhado para ser devolvido à prefeitura. O documento autoriza o Poder Executivo a contratar, por tempo determinado, um professor de dança, dois professores de música e dois professores de artes cênicas para a rede municipal. O motivo da devolução do projeto é a falta do estudo de impacto financeiro em anexo. Na tribuna, o debate até que foi tranquilo, mas a oposição voltou a cobrar maior agilidade na execução de obras por parte da administração municipal.
Demora no asfalto
O vereador Paulinho Quadri (PMDB) chamou atenção para a grande demora no início das obras de asfaltamento nas estradas Sapiranga e Campo Bom.
- Quero pedir ao Executivo que não perca tempo e iniciar logo essas obras. Estamos em ano político e logo adiante talvez não vamos conseguir mais fazer.
Jerri Meneghetti (PP), por sua vez, cobrou mais “empenho e interesse” da prefeitura na pavimentação das ruas Reinaldo Backes, no São João, e Fortaleza, no Loteamento Vitória. O recurso veio para o município através de uma emenda do deputado federal Renato Molling (PP).
- Falta apenas resolver uma questão entre a prefeitura e a Caixa Econômica Federal. Espero que a prefeitura agilize esse processo - comentou Jerri.
Recado ao prefeito
Depois de não usar a tribuna na primeira sessão, Paulinho Quadri voltou com tudo e aproveitou para mandar um recado ao prefeito Miguel Schwengber:
- Pare de se esconder atrás do vereador Paulinho e do vereador Sérgio. Semanalmente as pessoas vem até mim para falar que o prefeito disse que não vai fazer isso ou aquilo porque o Paulinho e o Sérgio estão de olho. Se a gente não estivesse de olho, muita coisa passaria... Espero que ele não faça mais isso e que administre corretamente. Não precisa jogar os vereadores num ninho de cobras, pois isso pode se voltar contra ele - disparou Paulinho.
A presidente Tânia da Silva (PMDB) reclamou que tem “pessoas da parte do Executivo” querendo causar “mal-estar” entre a prefeitura e o Poder Legislativo.
- A Apae teve parte da verba cortada e nós fizemos uma emenda para que a entidade recebesse pelo menos o mesmo valor do ano passado. Depois disseram que a culpa era nossa porque não fizemos projeto. Mas nós não podemos fazer projetos que determinam gastos. O mesmo fizeram com a Ong São Francisco de Assis.
Coligação PT/PDT
Edemar Rambo (PDT) saudou a indicação do colega de partido Jair Quilin - que está de licença -para continuar como líder de governo do prefeito Miguel Schwengber (PT) na Câmara em 2010.
- Isso é para acabar com os rumores de que a coligação já deu o que tinha que dar. Prova que ela continua firme - comentou Rambo, referindo-se aos comentários que surgiram após o encontro (quase) secreto que o PT teve com o PP no início de janeiro, sem a participação do PDT.
- Não vejo problema em conversar com outros partidos; acho que isso é saudável! Pode até ter havido um deslize por não comunicar o PDT, mas nos próximos dias PT e PDT também vão ter uma reunião - completou o vereador trabalhista.

Polêmica na Comissão
O clima esquentou ontem por conta dos projetos que estão na Comissão de Pareceres e ainda não foram à votação.
- Em duas sessões, só votamos quatro projetos. Mais de dez estão parados na comissão - reclamou Joracir Filipin (PT).
O vereador do PT faz parte da Comissão de Pareceres, como vice-presidente, mas está em minoria. Os demais são da oposição: Sérgio Fink (presidente) e Paulinho Quadri (relator). Os dois, por sinal, não gostaram nada da cobrança:
- Fico surpreso com a coleção de demagogia... Querem culpar a comissão, mas se não fosse ela analisar bem os projetos de vocês, muita coisa seria aprovada com erro. Vocês deveriam vir aqui dizer por que até agora a prefeitura não construiu o posto de saúde do São Miguel e não comprou o ônibus escolar com o dinheiro devolvido pela Câmara. No ano passado, nós aprovamos um projeto em regime de urgência, em sessão extraordinária, e ele foi extraviado dentro da prefeitura. Uma semana depois ainda não tinham achado. Vocês deveriam dizer que a Câmara está fazendo a parte dela e que Dois Irmãos não recebeu o repasse da Estrada Campo Bom porque estava no CADIN (cadastro de inadimplentes). É fácil querer transferir a responsabilidade para esta casa - disse Sérgio.
Paulinho lembrou o caso do projeto sobre o plano de carreira do magistério:
- Se nós tivéssemos votado em regime de urgência como a prefeitura queria, iríamos tirar dois meses da licença maternidade. Não sei se fizeram isso por querer ou não, mas se a comissão não tivesse segurado, esse projeto teria passado - afirmou.