quinta-feira, 21 de janeiro de 2010

Impasse sobre convênio do IPE continua sem solução

Situação se arrasta há mais de um ano e conveniados da cidade cobram providências
Passado mais um ano da troca de administração na prefeitura de Dois Irmãos e no Hospital São José, o impasse sobre o convênio com o IPE (Instituto de Previdência do Estado) continua sem solução.
Nesta quarta-feira, o professor Lúcio Habitzreuter procurou o Jornal Dois Irmãos questionando a situação: “Quando o município fará o convênio com o IPE para atendimento dos funcionários no hospital?” Lúcio destaca que todos os funcionários da prefeitura têm convênio do IPE. “No entanto, mesmo tendo o plano, ou a pessoa paga particular ou vai para Novo Hamburgo, porque o convênio não é atendido aqui”, afirma ele.
O secretário da saúde, Márcio Slaviero, diz que o município está em contato permanente com o IPE e que “eles estão burocratizando tudo”. “Dependemos somente do Estado. É nosso interesse como Secretaria de Saúde ter o convênio, e é interesse do hospital também. Tivemos ainda esta semana a informação da Casa Civil do Governo do Estado de que haveria a finalização do credenciamento do Hospital São José/Doctor Clin até o fim de semana. Mas acontece que estamos ligando direto, e tivemos esta resposta pelo menos umas 10 vezes ao longo de 2009”, afirma o secretário. Segundo Márcio, para o hospital, que hoje atende SUS e Unimed, o convênio IPE representaria de 15 a 20 mil reais a mais de receita por mês. “Para o município, seria de 5 a 10% a menos de atendimento na rede de saúde”, comenta.
A administradora do Hospital São José/Doctor Clin, Patrícia Bohn, diz que inicialmente teve a questão interna do próprio IPE, de não ter quem fizesse a vistoria no hospital. “A vistoria final foi feita na semana passada. Temos todo um processo montado e recebemos ontem a informação do setor de credenciamento do IPE de que o convênio estaria sendo finalizado no dia de ontem e sendo encaminhado para assinatura do presidente. É verdade que outras vezes já recebemos essa informação, mas estamos na expectativa”, declara Patrícia.
O Jornal Dois Irmãos tentou contato por telefone com o IPE, mas até as 16h30 não foi atendido.

Informações são desencontradas
O vereador Sérgio Fink esteve ontem à tarde na Casa Civil, em Porto Alegre, para tratar do assunto. Por telefone, hoje à tarde, Sérgio disse que recebeu a informação da assessoria da presidência do IPE de que “o convênio ainda não saiu por que faltam documentos da ala psiquiátrica do hospital”.
A administradora do hospital, no entanto, alega o contrário. “Esse documento já foi encaminhado na semana passada por correio. No meu entendimento a questão é interna”, comentou Patrícia Bohn.

Quem ainda vive sem celular?

Segundo Anatel, Rio Grande do Sul tem hoje 10,98 milhões de aparelhos. no Brasil são mais de 173 milhões


Em pleno século XXI, são poucas as pessoas que conseguem se imaginar sem celular. O telefone móvel tornou-se indispensável para manter contato com os quatro cantos do mundo. Seja a trabalho ou para jogar conversa fora, (quase) ninguém vive sem celular hoje em dia. Sem contar o fato dos modelos estarem cada vez mais modernos. Jogos eletrônicos, mp3, câmera fotográfica, acesso à internet. São tantas as ferramentas disponíveis que fazer ligação é só mais uma utilidade dos celulares.
Com tanta modernidade, o resultado não poderia ser diferente. A Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) divulgou nesta terça-feira que o Rio Grande do Sul tornou-se o quinto Estado brasileiro a superar a barreira de um celular por habitante. São 10,98 milhões de acessos móveis no Estado. São Paulo, Rio de Janeiro e Mato Grosso do Sul já haviam superado a marca em julho de 2009, e o Distrito Federal, em maio de 2005.
O número crescente de pessoas com aparelho celular pode ser visto a todo o momento. Basta dar uma volta pelas ruas de Dois Irmãos para ver a quantidade de gente caminhando com o aparelho. Enquanto uns falam ao telefone ou mandam mensagens, outros caminham com o som no volume mais alto, escutando música e chamando a atenção por onde passam. Promotora da Vivo na loja Herval, Diane Charlene Rambo afirma que a procura por celulares tem sido cada vez maior. Segundo ela, durante a semana são vendidos, em média, cinco a seis aparelhos por dia. Já em sábados, esse número sobe para dez celulares negociados. “Os jovens são os maiores consumidores. A cada meio ano eles vêm comprar um aparelho mais moderno. Estão sempre atrás de novidades. Pessoas mais velhas também compram bastante, mas costumam trocar de aparelho somente quando o antigo estraga”, relata Diane, destacando que 90% dos celulares vendidos são pré-pagos. “Quase todos optam pelo cartão. São raros os clientes que vêm pedir por um pós-pago. As vendas que são feitas para os planos normalmente são porque oferecemos aqui na loja”, afirma ela.


Celular também é coisa de criança
Na casa de Silane dos Reis, é a filha Kathleen, de 9 anos, quem domina as ferramentas do celular. Enquanto Silane conversava com a redação do JDI, a filha se divertia com os joguinhos do telefone. “Tenho dois aparelhos de operadoras diferentes. Sei usar meus telefones, mas ela sabe muito mais. Quando faço alguma coisa, ela logo vem e diz ‘mãe, não é assim’, e já faz tudo sozinha”, conta a mãe, que está pensando em comprar um aparelho para Kathleen. “Ela está pedindo um como o meu. Esses tempos, em apenas um dia, ela gastou um cartão de 20 reais ligando para mim a todo o momento. Já conversamos sobre isso. Ela vai ganhar um telefone, mas só pode ligar quando realmente tiver necessidade”, diz Silane.
Com tantos modelos e preços disponíveis no mercado, o telefone celular começa a fazer parte da vida das pessoas cada vez mais cedo. E, para muitos, o aparelho acaba se tornando um vício. “Há pouco tempo, os aparelhos de uma operadora ficaram dois dias sem sinal. É como se a vida parasse”, compara Silane. “Não me imagino sem celular hoje”, completa ela.


Jovens querem escutar música
Celular com mp3 é ferramenta básica nos celulares atuais, principalmente para os jovens. Parte da gurizada quer mesmo celulares com som alto, para andar na rua sem fone de ouvido e com a música para todos ao redor ouvirem. Os mais discretos preferem fones de ouvido. Mas o que jovens e adolescentes querem mesmo é ouvir música no celular. “Muitos que vêm até a loja pedem logo para testarem o volume em que as músicas podem ser tocadas”, diz a promotora da Vivo na Herval, Diane Charlene Rambo.
Lucas Steffler, 19 anos, é um dos apaixonados por música. “Uso o celular tanto para telefonar quanto para escutar música. Os dois itens são importantes na hora de comprar um aparelho. Este que tenho agora uso para tudo. Acesso a internet, tem mp3, tiro fotos... Nas férias tirei mais de 700 fotos com o celular”, comenta Lucas, que caminhava pela Av. São Miguel na manhã de hoje ouvindo música nos fones de ouvido do seu celular.




“Só tenho porque meu trabalho exige”, diz taxista
Enquanto muitas pessoas se vêem como verdadeiros reféns da modernidade, outras garantem não sentir nenhuma falta do telefone. Seu Roque Arnold, 64 anos, ganhou um aparelho há um ano e quatro meses, quando começou a trabalhar como taxista. “Ganhei de presente da minha mulher para trabalhar, e logo ele caiu na piscina. Então, acabei comprando outro, deixando o velho jogado num canto”, comenta ele.
Mas o azar do taxista com seus aparelhos estava só começando. “Fui a um posto de gasolina na cidade e, enquanto conversava, fomos assaltados. Mais uma vez, lá ia meu celular, agora com os assaltantes. Perdi horas na delegacia por causa do celular. Não queria mais saber de comprar outro. Então, peguei em casa o que tinha caído na piscina e coloquei no sol. Quando fui à loja, ele voltou a funcionar”, lembra Roque, mostrando o aparelho que usa até hoje. “Quando termina o serviço, desligo o celular. Nem quero saber de falar depois da hora”, diz ele.
O aparelho de seu Roque serve apenas para receber ligações dos clientes. Telefonar, pra quê? “Eu não ligo para quase ninguém. Só uso o celular porque o trabalho exige. Quando tem que colocar cartão, vou a alguma loja e colocam para mim. Nem sei como olhar se tenho saldo. E lá em casa, a coisa não é diferente. Minha mulher tem um que está guardado. Já a juventude, está cada vez mais atenta. Minha neta tem um ano e quatro meses, e se dou o telefone para ela, a pequena já diz ‘alô’”, afirma o taxista Roque.




NÚMEROS DO BRASIL
* Com 173,96 milhões de acessos no país, em cada grupo de 10 pessoas, nove têm celular no Brasil. Apenas em dezembro, houve o incremento de 4,2 milhões - o melhor mês do ano. Entre o padrão utilizado nos aparelhos, a tecnologia GSM continua preponderante, com 90% do mercado.
* Em relação a participação de mercado no ano passado, a operadora Vivo segue na liderança com 29,75% dos aparelhos celulares, seguida pela Claro, com 25,52%; TIM, com 23,63% e Oi, com 20,73%.
* As operadoras fixas têm compensado, parcialmente, a perda de clientes no serviço de voz com o aumento dos usuários de banda larga. O mercado de banda larga pela telefonia celular triplicou em 2009, segundo a Anatel. Os celulares de terceira geração (3G) e os modems de acesso à internet já são 8,66 milhões.
* Do total de celulares em operação no país atualmente, 82,55% são pré-pagos e 17,45% estão na modalidade pós-paga (conta).
* Em contraste com o avanço do mercado de telefonia móvel, o mercado de linhas fixas está encolhendo. Na Oi, a maior operadora do país, havia 21,4 milhões de linhas fixas em serviço ao final de setembro de 2009 (último dado disponível), ante 22,1 milhões em igual período de 2008 - queda de 3%.

Um pedaço da história




A fotografia tem o poder de eternizar um instante, de congelar no tempo um pedaço da história. É o passado que se materializa no presente através de uma imagem; é a memória que nunca se apaga e que dá vida às palavras.
Registros fotográficos de antigamente resgatam e ajudam a narrar a trajetória de desenvolvimento de uma cidade como Dois Irmãos, que ano passado completou 50 anos de emancipação política e administrativa. A nova geração provavelmente nem faça ideia de como era, há 30 anos, por exemplo, a principal rua de acesso ao município, a Irineu Becker.
Pois foi revirando filmes antigos e fotos em preto e branco, que os filhos de José Enio Blume descobriram verdadeiras relíquias com imagens de uma Dois Irmãos que não existe mais. Fotógrafo durante quatro décadas, Enio ajudou a registrar o crescimento e a modernização do município através das suas lentes. Nesta quarta-feira, dia 20 de janeiro, completa-se 5 anos do seu falecimento.
Entre as fotos “descobertas” por seus filhos, quatro em especial chamam atenção. São imagens da construção da torre da Igreja Matriz de São Miguel e do calçamento das avenidas Irineu Becker e 25 de Julho.
- Presume-se que estas fotos foram feitas pelo meu pai entre 1978 e 1979, num dia normal de trabalho. Não se sabe ao certo se elas chegaram a ser impressas na data, pois encontramos o filme fechado; apenas revelado - comenta seu filho Márcio André Blume.
Naquela época, a cidade estava virada em um canteiro de obras, com construção de ruas e calçadas. O momento era de expansão e prosperidade, num indicativo de que Dois Irmãos chegaria ao lugar de destaque em que está hoje.

Foto 1
A torre da Igreja Católica

A foto da torre da Igreja Matriz de São Miguel sendo construída foi tirada de cima do telhado do antigo prédio da prefeitura municipal, onde hoje está a lancheria Kaffe, bem no Centro da cidade. No detalhe da imagem, um ônibus da empresa Wendling vindo no sentido contrário da Av. São Miguel.

Foto 2
Av. Irineu Becker deserta
A foto foi tirada no topo da Av. Irineu Becker, junto à esquina com a São Miguel, onde hoje está a agência da Sicredi. Do lado esquerdo, onde aparece apenas uma grande árvore, localiza-se atualmente o prédio do Jornal Dois Irmãos.
O curioso é que não havia praticamente nenhum prédio ao longo da avenida, que hoje é uma das principais do município. A pista da direita, aliás, ainda estava em fase de construção.

Fotos 3 e 4
Construção da 25 de Julho
As fotos 3 e 4 mostram o trabalho de construção da Av. 25 de Julho. Operários trabalham pesado na pavimentação da rua, que também tinha poucas casas. Na foto 4, a esquina do hoje movimentado cruzamento com a Irineu Becker. Carro quase não passava por ali e ainda não havia calçada, tanto que a criança (no detalhe) caminha tranquilamente pelo meio da rua.