segunda-feira, 18 de janeiro de 2010

É grande a oferta de imóveis no município


“Vende-se”. Em todos os bairros da cidade, de norte a sul, é uma loucura a quantidade de placas de imobiliárias anunciando imóveis à venda. E normalmente são duas ou três placas de diferentes imobiliárias em um mesmo imóvel, seja casa ou terreno. É a ânsia em vender. Em alguns imóveis as placas não são recentes, mas estão ali surradas pelo tempo, colocadas a dois ou três anos atrás e ainda não apareceu comprador.
Mas será que não há procura, apenas oferta?
Élio Grün, da Cidade Imóveis, explica que as placas espalhadas por aí são, na maioria, de imóveis que não tem como financiar porque o preço está muito acima do valor. Desde que foi lançado o programa Minha Casa Minha Vida, do governo federal, muitas pessoas estão buscando realizar o sonho da casa própria.
Os imóveis ofertados no município, porém, normalmente são de valores acima do preço financiável pela Caixa Econômica Federal neste programa. “Há pouca oferta em valores de até 65 mil reais. Terrenos de até 35 mil só se encontra em bairros afastados. Se houvesse oferta desses, seria vendido um por dia”, diz Élio.

“Imóveis de até 100 mil reais estão sumindo”
A procura na cidade é por casas de até 100 mil reais, que se enquadrem no rograma Minha Casa Minha Vida. Ou então por terrenos com valores mais baixos, até 60 mil, onde a pessoa possa construir. “Nunca registramos uma procura tão grande por terrenos como desde que iniciou o programa no ano passado. Eles querem terrenos até 40, 50 mil reais e aí podem construir”, comenta Hariet Arandt, da Imobiliária Becker.
De acordo com Luiz Henrique Birk, da Imobiliária Habbitar, estes imóveis estão sumindo. Em Dois Irmãos hoje há muita oferta acima deste valor. “Também temos procura por imóveis acima de 100 mil, mas em bem menor quantidade. Percebemos uma procura muito grande por terrenos com valores até 40 mil reais”, acrescenta. O que ocorre é uma defasagem do preço. A oferta supera o valor que a maioria pode pagar.
Mas é janeiro, e muitos aproveitam o período das férias para fazer uma pesquisa do que está em oferta. “Para locação, estão em falta imóveis na zona central com preço acessível, que seria o valor de uma prestação de casa, ou seja, até 350 reais. Quando passa desse valor, fica muito difícil locar”, comenta ele. A procura por alugueis nesta época do ano, de uma maneira geral está bem aquecida. Vencem muitos contratos e as pessoas querem se adequar ao local de trabalho, buscam um lugar mais perto da creche, da escola dos filhos. A procura por casas é o ano todo, muito mais do que por apartamentos. “Há oferta de apartamentos com valores de 120 a 160 mil reais, mas as pessoas querem chão, porque ali tem mais privacidade e liberdade também. Tem um pátio, podem ter tranquilamente um animal de estimação”, diz Luiz Henrique. “Aluguel tem grande procura sempre, tanto para chalé e casa. A preferência é mais Centro, e também bairros como Primavera e União são considerados muito bons de morar e são muito procurados para locação”, diz Hariet.
Segundo ela, o mercado imobiliário começa a aquecer mesmo a partir de março. “Nesta época do ano é normal dar uma baixa e aquece a partir de março”.

Há 2 anos ela tenta vender casa no Centro
Dona Elly Stoffel, 73 anos, mora há mais de 50 na rua Gramado, no Centro da cidade. Ela tem um terreno com duas casas e não consegue vender. “As placas já estão aí perto de dois anos. Para olhar muitos já vieram, mas negócio mesmo nunca saiu”, diz ela.
Elly quer se mudar de Dois Irmãos para ficar mais perto dos filhos. O negócio ainda não saiu porque o que ela quer pela casa e terrenos não entra no bolso do comprador. “Fiz um preço e não posso vender por menos. A localização é boa, são duas casas. Se tivesse comprador, eu me mudaria logo”, diz ela, que tem seis filhos.
Mas depois de tantos anos, será que não sentiria saudades do lugar? “Tenho outros filhos morando aqui. Sempre que desse, eu viria para cá”, garante.

Tudo para espantar o calor

Os gaúchos estão tendo de se acostumar com as mudanças do verão de 2010. Depois de um início de semana de calor intenso, as temperaturas baixaram no meio da semana. Mas nesta sexta o sol voltou a brilhar com toda a intensidade.
Para tentar amenizar o calor, muita gente se diverte nas piscinas ou com um gostoso sorvete. Na tarde de hoje, dezenas de crianças, jovens e adultos se refrescavam na piscina do Campo 7 Amigos. Segundo Daniela Guth Wingert, uma das proprietárias, aos finais de semana cerca de 400 pessoas passam por lá. Além da piscina, muitos aproveitam para fazer piquenique, jogar futebol ou andar de pedalinho.
Moradora do Travessão, Liçani Führ aproveitou o dia de sol com os filhos e parentes na piscina. “Durante as férias, uma vez por semana estou aqui. É perto de casa, é tranquilo, tenho sombra, sol e diversão para as crianças. Para ir pra praia, tem que enfrentar congestionamento, filas por tudo, uma loucura total. Por isso, encontro diversão e amenizamos o calor por aqui”, diz ela, que veio com a cunhada Leonice Eich. “Já venho três anos aqui. Quando os dias estão muito quentes, é ótimo para espantar o calor”, garante ela, enquanto tomava chimarrão com Liçane.
O pequeno Matheus Martins, de 6 anos, também procurou se refrescar do sol forte da tarde desta sexta. Depois de acompanhar o pai, Nelson, até o Centro para buscar alguns exames, pai e filho fizeram uma pausa na caminhada até o bairro São João.
Sentados em um muro embaixo de uma árvore na descida da Av. São Miguel, em direção ao São João, Nelson e Matheus saborearam um sorvete para refrescar. “Está muito quente. Só assim para agüentar esse sol quente até em casa”, comenta Nelson.