terça-feira, 21 de julho de 2009

Casal do Travessão morre em desabamento no litoral


Uma tragédia tirou a vida de um casal do bairro Travessão neste final de semana. Marisa Guedes Preussler, 55 anos, e Joel Dieter, 57, morreram após parte do prédio em que estavam, em Capão da Canoa, ter desabado. O acidente aconteceu por volta da meia-noite de sábado e o casal estava no terceiro e último andar do edifício.
O desabamento parcial do Edifício Santa Fé, 1.479, localizado na Avenida Beira Bar, também vitimou outras duas pessoas, a advogada Simone Gracia Celiberto, de 31 anos, e seu filho Rodrigo Celiberto dos Santos, de 5 anos, de Porto Alegre. Mãe e filho chegaram a ser socorridos com vida. Ela ainda teria indicado à equipe de resgate, o local onde estava o filho. Mãe e filho não resistiram e faleceram no Hospital Santa Luzia, também em Capão da Canoa. Marisa e Joel morreram na hora. Os corpos do casal foram removidos dos destroços por volta das 4h da madrugada pelo Corpo de Bombeiros. Outras cinco pessoas ficaram feridas no acidente - o zelador do prédio Arideu de Oliveira Rolin, 52, sua mulher, dois filhos e um neto.
O prédio de três andares e 27 apartamentos estava em reforma por problemas estruturais. Joel era o síndico e ao lado de Marisa havia ido para Capão da Canoa na sexta-feira após o almoço justamente para conferir o andamento da obra. Nesta semana haveria uma reunião entre os condôminos e o casal ficaria toda a semana na praia.


Filha desabafa:
“Ela estava sempre alegre e sorrindo”
Pessoas bastante queridas no bairro Travessão, onde moravam há muitos anos, amigos e familiares lotaram a capela da Igreja São João Batista para dar o último adeus ao casal e também força ao filho, Willian Dieter, 24 anos, e sua irmã Rudaia Scholles, filha de Marisa com o artista plástico Flávio Scholles.
Willian foi o primeiro da família a saber da tragédia. Ele estava em casa dormindo por volta da 1h20 quando o telefone tocou. Uma vizinha do prédio ao lado ligou para a residência de Joel para avisá-lo sobre o desabamento, sem saber que o casal estava no edifício que desabou. “Logo falei que meus pais estavam no prédio. Fiquei sabendo que a situação no local não era nada boa, então já fiquei preocupado imaginando que algo de ruim tivesse acontecido”, disse o filho, muito abatido hoje pela manhã. Willian avisou sua irmã, que ao lado do namorado, foram para Capão da Canoa. “Fomos direto para o local, mas quando chegamos lá os corpos já tinham sido removidos. Eles estavam mortos”, conta Willian.
Joel era uma pessoa mais reservada. Marisa vivia com um sorriso no rosto e por onde passava cativava novas amizades. Rudaia lembra com carinho da mãe, que era muito apegada a sua filha, Marina, de 5 anos. Marisa tinha muito orgulho da neta e estava sempre perto dela. “Como a mãe estava sempre sorrindo, as pessoas ainda brincavam que parecia que ela não tinha problemas. Eu perdi minha mãe, mas o mano (Willian) perdeu os dois. Precisaremos ser muito fortes”, disse Rudaia, enquanto recebia abraços de amigos e familiares. Aposentados, Marisa e Joel estavam casados há 27 anos e sonhavam em morar na praia. Rudaia conta que a mãe não iria junto com o marido na sexta-feira, mas de última hora acabou mudando de ideia. “Ela até tinha me perguntado se podia ficar lá em casa e eu falei que sim, mas ela acabou indo. Eles eram muito unidos e acho que um não aguentaria viver sem o outro”, completa ela.
Joel era natural de Novo Hamburgo e Marisa de Cachoeirinha do Sul. O enterro aconteceu na tarde desta segunda-feira, no Cemitério Jardim da Memória, em Novo Hamburgo.

Flávio Scholles:
“A Marisa foi a grande dama da cultura”

O artista plástico Flávio Scholles, 59, foi casado durante 10 anos com Marisa. Eles se conheceram jovens. Ela trabalhava em uma loja de calçados de Novo Hamburgo e ele era universitário que tinha por sonho se tornar artista plástico. “Se hoje sou um artista, devo a ela. Eu era um rapaz pobre, e ela aceitou casar comigo, e sempre me incentivou. A Marisa foi uma grande companheira, a grande dama da cultura”, lembra.
Flávio recebeu da ex-esposa todo incentivo e se tornou um famoso artista plástico. Em 1979 nasceu a filha Rudaia, e o casal passou por momentos difíceis. “Fomos à falência. Não tínhamos mais dinheiro e a Marisa cansou. Quando a Rudaia tinha três anos, nos separamos. Quando chegou a fama pela arte, ela não estava mais comigo. Mas sempre fomos muito civilizados. Havia muita confiança entre a gente. Éramos vistos como ‘modelo de casal separado’. E ela me deixou a Rudaia. Grandiosamente deixou que a filha morasse comigo. Mas o que aconteceu foi que a criança, a pequena Rudaia, cuidou do pai. Ela cuidou mais de mim do que eu dela”, diz Flávio.
Mais tarde, Flávio apresentou o amigo e cliente Joel à ex-esposa. “Ele a amou muito. Ele a fez mais feliz do que eu poderia. E o Joel foi o verdadeiro avô da Marina (filha de Rudaia). A Marisa foi como avó o que ela não podia ser como mãe. Passávamos Natal, Ano Novo, sempre todos juntos. Éramos uma família”.

Polícia abre inquérito
A morte das quatro pessoas e o desabamento do prédio estão sendo investigados pela Delegacia de Polícia de Capão da Canoa. O delegado Heraldo Chaves Guerreiro abriu inquérito e ouviu hoje o empreiteiro responsável pela obra, Selino Cardoso da Silva, e o zelador Arideu de Oliveira Rolin. A prefeitura informou para a imprensa que a obra não tinha licença e que ela ocorria sem a vistoria de engenheiros.
“Quando peguei o serviço para fazer, notei que parte do concreto se esfarelava ao toque, aí vi que era grave e sugeri chamar um engenheiro”, disse o empreiteiro em seu depoimento. Selino foi contratado para examinar as vigas e realizar pequenos reparos. Ele disse que abriu as vigas para examiná-las e desistiu de mexer mais, tamanho eram os problemas estruturais nas fundações do Edifício Santa Fé e avisou o síndico, que ficou de chamar um engenheiro para realizar vistoria nesta segunda-feira.
O zelador confirmou que morava há quatro anos no edifício e negou que soubesse de problemas estruturais. “Do contrário, jamais estaria morando ali, onde tudo caiu sobre a minha cabeça”, declarou Arideu, que está com o crânio enfaixado por conta de ferimentos recebidos durante a queda do prédio.
O delegado Guerreiro diz que, antes de concluir o inquérito, pesquisará tudo sobre a origem do prédio, construído em 1982. Ele considera precipitado culpar um pedreiro por ter aberto uma coluna ou um síndico por negligência.

Rapaz de 29 anos morre em acidente depois da Curva do Peixe na BR 116

Um grave acidente de trânsito deixou uma vítima fatal na manhã de sexta-feira em Dois Irmãos




O motociclista Paulo Henrique da Silva, 29 anos, morreu na hora após uma colisão com o Opala IDN-9415, dirigido pelo dois-irmonense Robison da Silva, 30 anos. Paulo, que seguia no sentido Novo Hamburgo-Dois Irmãos, dirigia a moto Yamaha Crypton T105 de placa IKA-7774. Ele estava indo para o trabalho quando teve sua frente cortada por Robison, que seguia no sentido contrário.
O acidente aconteceu por volta das 7h20 da última sexta-feira no km 228, no bairro Travessão. Robison conta que perdeu o controle da direção logo após terminar a perigosa “curva do peixe” e invadiu a pista contrária. “O carro balançou e invadiu a pista com a lateral. Vi o motoqueiro vindo, mas não consegui desviar dele”, contou ele, que sofreu apenas ferimentos leves no rosto. Com o forte impacto, Robison caiu barranco abaixo na lateral da rodovia. O carro caiu a uma altura de cerca de 10 metros. A violência da batida foi tanta que a moto de Paulo Henrique se despedaçou e as rodas ficaram retorcidas. O visor do seu capacete ficou jogado a uma distância de oito metros do corpo, que ficou caído no meio do matagal. “Consegui sair do carro e fui procurar o motociclista. Ele ficou caído perto da rodovia, mas quando me aproximei ele já estava sem pulso”, conta o motorista. Na colisão, Paulo Henrique teve fraturas nas duas pernas em diversos lugares, no rosto e no pulso direito.
O Corpo de Bombeiros Comunitário foi acionado e ajudaram na remoção do corpo, juntamente com a Funerária Schaumloeffel e policiais rodoviários. Uma equipe do Instituto Geral de Perícias (IGP) de Porto Alegre chegou no local por volta das 10h. O corpo foi removido ao Instituto Médico Legal (IML) de Novo Hamburgo.
Paulo Henrique morava em Campo Bom e era funcionário do Grupo Herval desde outubro de 2006. Ele trabalhava como programador de TI (Tecnologia de Informática). Ele deixa enlutadas a esposa e a filha de 11 meses.

Inquérito Policial
O acidente fatal foi registrado na Delegacia de Polícia de Dois Irmãos, que seguirá na investigação do caso. Conforme o inspetor Evair John, será instaurado um inquérito para saber o que ocasionou o acidente. “Já foi feito levantamento da perícia no local e os veículos também foram recolhidos para perícia. Iremos ainda ouvir o condutor que sobreviveu, os policiais e testemunhas se houver. Com estes dados, iremos investigar se houve falha mecânica ou humana”, disse ele. Inicialmente o acidente é culposo (sem a intenção de matar).

Noite quente na Câmara

Fink: “A prefeitura já arrecadou 19 milhões. Só vai faltar dinheiro se continuarem gastando muito mal”

A sessão extraordinária, realizada na noite de quinta-feira, mostrou que o Poder Legislativo está tendo participação ativa e responsável na fiscalização do Executivo. Por 5 votos a 4, a Câmara de Vereadores não autorizou a prefeitura a fazer financiamento de R$ 1 milhão para a renovação da frota da garagem. A oposição, formada por PMDB, PP e PSDB, é contra o que chama de “endividamento do município”.
No parecer do projeto 114/2009, o presidente da comissão, Paulo César Quadri (PMDB), e o relator Jerri Meneghetti (PP) deixaram claro que a oposição não é contra a renovação da frota, mas entende que a compra dos equipamentos deve ser feita com recursos próprios, e não através de um financiamento que vai além da atual gestão, gerando uma dívida para o próximo governo. O parecer lembra que a arrecadação do primeiro semestre aumentou 883 mil reais em relação ao ano passado e sugeriu a diminuição dos gastos com cargos de confianças, funções gratificadas e pagamentos de horas extras.
O projeto 114/2009, que permitia o financiamento, foi rejeitado com cinco votos contrários (Paulinho, Tânia, Sérgio, Eliane e Jerri) e quatro favoráveis (Eliseu, Jair, Joracir e Renz). Já o projeto 115/2009, que autoriza a prefeitura a abrir crédito especial no valor de 1 milhão de reais para a compra de máquinas e equipamentos, foi aprovado por 5 votos (Paulinho, Tânia, Sérgio, Eliane e Jerri) a 4 (Eliseu, Jair, Joracir e Renz). Ou seja, o município está autorizado a fazer a renovação da frota, desde que com recursos próprios.
Com o financiamento, a prefeitura pretendia comprar duas retro-escavadeiras e pás-carregadeiras; um caminhão de 4 mil quilos com caçamba especial para recolhimento de galhos e entulhos; um veículo utilitário com 9 lugares; dois caminhões com carrocerias basculantes e uma caminhão com caçamba coletora compactadora.

PURA PIMENTA

Sentindo que o financiamento não seria autorizado, o líder de governo Jair Quilin (PDT) saiu da Câmara para dar uns telefonemas. Minutos depois, o prefeito Miguel Schwengber apareceu acompanhado do secretário de Educação, Maurício Klein. Também já estavam na sessão os secretários Willy Schneider (Obras) e Marco Antônio da Silva (Serviços Urbanos). O prefeito Miguel, então, pediu espaço para falar sobre o projeto e ganhou cinco minutos. Ele defendeu o financiamento para a renovação da frota e disse que pretende utilizar os recursos próprios em outras prioridades, como a compra de mais uma área de terra para o distrito industrial e terrenos para habitação popular.


SITUAÇÃO RECLAMA
- A prefeitura precisa ter capital de giro para investir. As máquinas estão velhas e gasta-se muito em manutenção. Vocês não querem que o Miguel faça mais do que os outros fizeram - comentou Jair Quilin (PDT).
- Estamos deixando escapar uma grande oportunidade para o município - declarou Eliseu Rossa (PT).
- Isso é votar contra vários projetos. Vocês querem a estagnação das obras. Talvez já estão preocupados com a próxima eleição - disse Antônio Renz (PDT).

OPOSIÇÃO REBATE
- Sempre vou ser contra o endividamento da prefeitura e o inchaço na folha de pagamento. Se a gente autorizar o financiamento, estamos gerando dívida para o próximo governo. Com o recurso que existe em caixa, se ele for remanejado de forma adequada, é possível fazer esses investimentos. Não precisa trocar tudo de uma vez. Dá para fazer aos poucos - afirmou Jerri Menghetti (PP).
- O Tonho (Renz) diz que pensa no povo, mas se pensasse no povo não iria endividar o município. Falar em capital de giro na tribuna é inexperiência. Não se faz capital de giro com dinheiro público. Fazer dívida a longo prazo é perigoso - disse Paulinho Quadri (PMDB).
- Não podemos comprometer o governo seguinte. Se viesse para pagar durante esse governo, poderíamos analisar - declarou Tânia da Silva (PMDB).
- O que chama a atenção é que no governo passado (PMDB e PP) foi comprada uma máquina por 800 mil e o nosso atual prefeito Miguel (na época vereador da oposição) bateu muito na tecla de que era desnecessário. Agora, sete meses depois, mudou. Acredito que foi politicagem; ele se aproveitou da situação no ano passado – disse Eliane Becker (PP).
O presidente Sérgio Fink (PSDB) fez questão de apresentar números da arrecadação municipal para explicar por que o financiamento não é necessário.
- Dizer que nós queremos trancar o crescimento do município é demagogia. A prefeitura já arrecadou 19 milhões de reais este ano. No comparativo com o mesmo período do ano passado, foram 883 mil reais a mais.
Se continuar assim, a projeção é fechar o ano com 39 milhões arrecadados. Aí querem dizer que vai faltar dinheiro? Só se continuarem gastando muito mal.
Quando se tem dinheiro fácil, se gasta fácil.
Se o prefeito reduzir o percentual de gastos com cargos de confiança e com horas extras, ao final de quatro anos vai ter muito mais do que 1 milhão para investir. No fim, foram vocês que acabaram votando contra a renovação da frota. Nós somos a favor da renovação e contra o financiamento -
declarou o presidente.

Câmara vai devolver R$ 187 mil para compra de ônibus escolar


A noite de quinta-feira teve votações importantes. Os vereadores aprovaram por unanimidade o projeto 105/2009, que autoriza o Poder Executivo a abrir crédito especial de 88 mil reais para a merenda escolar. Já o projeto 110/2009, que tratava de um financiamento de 187 mil e 200 reais para a compra de um ônibus escolar, foi reprovado por 5 votos (Paulinho, Tânia, Sérgio, Eliane e Jerri) e 4 favoráveis (Eliseu, Jair, Joracir e Renz). Assim como no caso da renovação da frota, a oposição foi contra à compra por financiamento.
Porém, o presidente Sérgio Fink (PSDB) já anunciou que o dinheiro para comprar o ônibus sairá das economias da Câmara. Os vereadores vão devolver 187 mil e 200 reais para que a prefeitura adquira o veículo sem fazer dívida. Vale lembrar que em maio Fink já havia devolvido 250 mil da Câmara para construir um posto de saúde no São Miguel.