A corrida em busca de preços mais baixos, economia de combustível e agilidade no trânsito, faz com que cresça cada vez mais a frota de motos circulando no Estado. A estimativa é de que até o final de 2010 serão 1 milhão de motocicletas em circulação. De 2003 a 2009 o número de motos dobrou, passando de 433 mil para 870 mil - o que já é 19,7% da frota total no Rio Grande do Sul.
Com o aumento do número de motocicletas nas ruas, aumenta também o índice de acidentes e mortes em ruas, avenidas e rodovias. Um levantamento do Departamento Estadual de Trânsito (Detran), com base em números do ano de 2009, indica que motociclistas se envolveram em 404 acidentes com morte no ano passado, o que representa 4,8 ocorrências para cada 10 mil veículos. No mesmo período houve 677 casos de acidentes fatais envolvendo carros, em uma taxa de 2,6 para 10 mil. Essa comparação indica que o risco de tragédia sobre uma moto é 85% maior do que no interior de um automóvel. “A moto é mais frágil e expõe o condutor a mais riscos que um carro. Por isso, esse condutor nos preocupa”, comenta o diretor-presidente do Detran, Sérgio Filomena.
Em Dois Irmãos, em janeiro deste ano, 13 novos condutores se habilitaram na categoria A no Centro de Formação de Condutores (CFC). Isaías Miranda dos Santos (foto), o Papa-Léguas, de 36 anos, dirige moto há mais de 15. Ele já sofreu dois acidentes graves, e conhece bem os perigos da estrada. Mesmo assim, não pretende deixar de andar. “A moto expõe o cara a um risco muito maior. Mas quem anda de moto tem que usar equipamento de proteção. Tanto no frio, como no calor de quase 40 graus da semana passada, ando sempre com meu colete de couro, bota e calça de couro. Tem que usar, enquanto eu aguentar o calor, só ando assim”, diz ele, que trabalha como motoboy. “Se o motoboy parar de trabalhar, a cidade para. Tanto aqui, como em São Paulo e no Rio de Janeiro, o número de motoboys está crescendo pela praticidade, agilidade e economia. Mas é preciso estar muito atento ao trânsito”, comenta Isaías.
Para o presidente da Associação de Motociclistas do Estado do Rio Grande do Sul, Leandro Balardin, não adianta ter a melhor moto sem o equipamento de segurança. “É preciso um bom capacete, um bom protetor de ombro, cotoveleira e bota. Por mais que vá dar apenas uma volta, tem de usar o equipamento. Uma fechada no trânsito pode deixar sequelas para o resto da vida”, diz ele, que no mês passado perdeu sua filha em um acidente de moto em Cachoeira do Sul. “A culpa não é da moto, do objeto. É da imprudência, da negligência. Há diversos motociclistas conscientes por aí, como também há um percentual intolerante”, diz.
Ele sofreu acidente de moto
há 2 anos e está paraplégico
Éder Luís Eich (foto), 24 anos, morador do bairro Bela Vista, sofreu um acidente de moto em março de 2008 e ficou paraplégico. O dia ficou marcado na sua memória. Ele comemoraria seu aniversário naquele sábado.
Pela manhã, no entanto, retornou de uma festa e saiu novamente para deixar um amigo em casa em Morro Reuter. Na volta, Éder se perdeu numa curva e caiu com sua moto, uma Honda Titan 150. Com a queda, bateu a coluna e ficou paraplégico.
Hoje, quase dois anos depois, Éder tenta retomar a vida. “Mas não é como era antes. Saio de casa, mas encontro muitas limitações. Nós adaptamos a casa, mas na rua, não posso andar. Tem muito degrau para subir e o acesso é bem limitado”, comenta o rapaz. Depois de oito anos sem estudar, em 2009, Éder, mesmo na cadeira de rodas, cursou o 1º ano do Ensino Médio na escola estadual Affonso Wolf. Este ano ele já fez sua matrícula para cursar o segundo ano. “No ano passado a escola ainda não estava adaptada, aí o pessoal me ajudava bastante. Agora já estão adaptando banheiros e tudo. Isso é muito bom”, comemora.
Outra dificuldade para ele é quanto ao transporte. Em 2009, durante um mês, a prefeitura levou o jovem até a escola e depois continuou custeando o combustível para ele ir de carro com um amigo. “Mas agora o meu amigo se formou. Ainda não sei como vai ser”, destaca Éder, que tem muita esperança na recuperação.
Para os amigos e pessoas que dirigem moto, o jovem recomenda: “Não misturem bebida alcoólica com direção. Isso é o principal. Foi muito difícil eu entender que minha vida mudaria completamente de uma hora para outra. O médico me deu poucas chances. Por isso tanto de moto, quanto de carro, os motoristas têm de ser prudentes”.
NÚMEROS DO ESTADO
- De 1,3 milhões de condutores habilitados para pilotar motocicletas, 86% são homens; 68% tem entre 21 e 50 anos; 71% não exercem atividade remunerada com o veículo.
- De cada 5 veículos no Estado,1 é motocicleta. Em 2003 433.242 motos no RS; em 2009 chegou a 870.437.
- Em 2008 foram registrados 400 acidentes fatais com motos no Rio Grande do Sul e em 2009 foram 404 ocorrências.
Com o aumento do número de motocicletas nas ruas, aumenta também o índice de acidentes e mortes em ruas, avenidas e rodovias. Um levantamento do Departamento Estadual de Trânsito (Detran), com base em números do ano de 2009, indica que motociclistas se envolveram em 404 acidentes com morte no ano passado, o que representa 4,8 ocorrências para cada 10 mil veículos. No mesmo período houve 677 casos de acidentes fatais envolvendo carros, em uma taxa de 2,6 para 10 mil. Essa comparação indica que o risco de tragédia sobre uma moto é 85% maior do que no interior de um automóvel. “A moto é mais frágil e expõe o condutor a mais riscos que um carro. Por isso, esse condutor nos preocupa”, comenta o diretor-presidente do Detran, Sérgio Filomena.
Em Dois Irmãos, em janeiro deste ano, 13 novos condutores se habilitaram na categoria A no Centro de Formação de Condutores (CFC). Isaías Miranda dos Santos (foto), o Papa-Léguas, de 36 anos, dirige moto há mais de 15. Ele já sofreu dois acidentes graves, e conhece bem os perigos da estrada. Mesmo assim, não pretende deixar de andar. “A moto expõe o cara a um risco muito maior. Mas quem anda de moto tem que usar equipamento de proteção. Tanto no frio, como no calor de quase 40 graus da semana passada, ando sempre com meu colete de couro, bota e calça de couro. Tem que usar, enquanto eu aguentar o calor, só ando assim”, diz ele, que trabalha como motoboy. “Se o motoboy parar de trabalhar, a cidade para. Tanto aqui, como em São Paulo e no Rio de Janeiro, o número de motoboys está crescendo pela praticidade, agilidade e economia. Mas é preciso estar muito atento ao trânsito”, comenta Isaías.
Para o presidente da Associação de Motociclistas do Estado do Rio Grande do Sul, Leandro Balardin, não adianta ter a melhor moto sem o equipamento de segurança. “É preciso um bom capacete, um bom protetor de ombro, cotoveleira e bota. Por mais que vá dar apenas uma volta, tem de usar o equipamento. Uma fechada no trânsito pode deixar sequelas para o resto da vida”, diz ele, que no mês passado perdeu sua filha em um acidente de moto em Cachoeira do Sul. “A culpa não é da moto, do objeto. É da imprudência, da negligência. Há diversos motociclistas conscientes por aí, como também há um percentual intolerante”, diz.
Ele sofreu acidente de moto
há 2 anos e está paraplégico
Éder Luís Eich (foto), 24 anos, morador do bairro Bela Vista, sofreu um acidente de moto em março de 2008 e ficou paraplégico. O dia ficou marcado na sua memória. Ele comemoraria seu aniversário naquele sábado.
Pela manhã, no entanto, retornou de uma festa e saiu novamente para deixar um amigo em casa em Morro Reuter. Na volta, Éder se perdeu numa curva e caiu com sua moto, uma Honda Titan 150. Com a queda, bateu a coluna e ficou paraplégico.
Hoje, quase dois anos depois, Éder tenta retomar a vida. “Mas não é como era antes. Saio de casa, mas encontro muitas limitações. Nós adaptamos a casa, mas na rua, não posso andar. Tem muito degrau para subir e o acesso é bem limitado”, comenta o rapaz. Depois de oito anos sem estudar, em 2009, Éder, mesmo na cadeira de rodas, cursou o 1º ano do Ensino Médio na escola estadual Affonso Wolf. Este ano ele já fez sua matrícula para cursar o segundo ano. “No ano passado a escola ainda não estava adaptada, aí o pessoal me ajudava bastante. Agora já estão adaptando banheiros e tudo. Isso é muito bom”, comemora.
Outra dificuldade para ele é quanto ao transporte. Em 2009, durante um mês, a prefeitura levou o jovem até a escola e depois continuou custeando o combustível para ele ir de carro com um amigo. “Mas agora o meu amigo se formou. Ainda não sei como vai ser”, destaca Éder, que tem muita esperança na recuperação.
Para os amigos e pessoas que dirigem moto, o jovem recomenda: “Não misturem bebida alcoólica com direção. Isso é o principal. Foi muito difícil eu entender que minha vida mudaria completamente de uma hora para outra. O médico me deu poucas chances. Por isso tanto de moto, quanto de carro, os motoristas têm de ser prudentes”.
NÚMEROS DO ESTADO
- De 1,3 milhões de condutores habilitados para pilotar motocicletas, 86% são homens; 68% tem entre 21 e 50 anos; 71% não exercem atividade remunerada com o veículo.
- De cada 5 veículos no Estado,1 é motocicleta. Em 2003 433.242 motos no RS; em 2009 chegou a 870.437.
- Em 2008 foram registrados 400 acidentes fatais com motos no Rio Grande do Sul e em 2009 foram 404 ocorrências.
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