segunda-feira, 26 de outubro de 2009

Crack tem relação com 6 mortes por dia no RS


Na quinta-feira, no Restaurante Paradouro, em Morro Reuter, aconteceu o Seminário Epidemias, promovido pelo COGERE - Colegiado de Gestão Regional. O evento contou com a participação do secretário estadual da Saúde, Osmar Terra, da delegada e coordenadora do COGERE, Silene Cornelius Auler, do prefeito de Morro Reuter, Adair Bohn, e do vice Harri Becker, além de secretários de saúde e representantes de 24 municípios da região.
Na sua palestra, na manhã de quinta, o secretário apresentou números impactantes da triste realidade do crack no Estado.
- Há 12 anos não tínhamos nenhum registro de usuário. Hoje, são 60 mil pessoas, o que significa que 0,5 a 1% da população é dependente de crack no Rio Grande do Sul. A gripe A não é o maior problema da saúde pública; o crack é o pior. Temos média de cinco homicídios por dia, e a metade tem a ver com crack, disputa de tráfico, sem falar nos danos orgânicos. Antes as mortes eram relacionadas a marido ciumento, hoje isso não existe mais. Seis pessoas morrem por dia vítimas de crack no Estado. É um problema crescente e nós não temos como frear isso - comentou o secretário.
Osmar Terra também destacou a letalidade da droga:
- Por que cresce tão rápido o numero de usuários? Porque o crack é diferente das outras drogas, ele é oito vezes mais potente que a cocaína. E o viciado não fuma uma pedra por semana, ele precisa dela todos os dias e o efeito dura 20 minutos. Por isso, é preciso um plano geral, atacar o crack como prioridade, pois a violência está aumentando. É um desafio para a saúde mental do futuro.
O Seminário Epidemias tratou de questões administrativas, de gestão, de como os municípios devem se preparar para lidar com uma epidemia. Na parte da manhã, foram relatadas experiências em relação aos usuários de crack.
O secretário estadual da Saúde, Osmar Terra, destacou que a governadora Yeda Crusius criou um programa contra a violência que está sendo desenvolvido em 14 municípios-pilotos - entre eles Novo Hamburgo – e atinge toda a família.
- Entendemos que se há um bom acompanhamento das crianças, temos uma capacidade melhor de enfrentar as adversidades que vão surgindo nas diferentes fases da vida. O programa capacita equipes de saúde da família: os CAPS (Centro de Atenção Psicossocial) fazem o acompanhamento do dependente químico; as prefeituras atuam na reinserção social; as comunidades terapêuticas atuam na busca de soluções. Enfim, qualquer forma de trabalho é válida, desde que tenha algum impacto - afirmou Osmar.
GRIPE A - O secretário também comentou sobre a Gripe A, que agora registra 60 casos por semana.
- A gripe A teve um pico e hoje ainda temos 60 casos por semana.Antes eram 1.200. Acredito que 2 milhões de gaúchos já contraíram o vírus, e tivemos 200 óbitos. Mas estamos preparados. Se surgir a segunda onda no verão, com certeza vai ser menor que a primeira, pois nosso grande problema é o frio. Estamos preparados com vacinas. Virão mais 6 milhões de doses em fevereiro, março, temos uma estrutura montada - disse ele.
TRANSPLANTES - Sobre a nova regra que dá prioridade a menores de 18 anos na fila por transplantes, o secretário diz que “é a escolha de Sofia”, numa alusão ao romance de William Styron, que simboliza uma escolha entre opções igualmente intoleráveis.
- É a escolha de “Sofia”, favorecer quem tem mais tempo de vida. Se eu precisasse de um transplante e meu filho também, lógico que eu iria priorizar meu filho.
No período da tarde, o tema do encontro foram epidemias como dengue, gripe A e febre amarela.
Também foi tema de debate leishmaniose e tuberculose. O encerramento foi por volta das 16h30.

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