Desde 1º de julho o horário de recolhimento do lixo sofreu alteração em Dois Irmãos. No Centro, o recolhimento era no fim do dia, e agora é pela manhã. Na Vila Becker, o recolhimento era pela manhã, e passou para a parte da tarde. Nos demais bairros, nada mudou. A troca, no entanto, gerou reclamação entre a comunidade. Afinal, para quem já estava acostumado a terminar as tarefas do dia e então colocar o lixo no cesto, a mudança não é boa.
Moradora da rua Esteio, Elair Fleck diz que o horário novo prejudica a comunidade. “Não é uma queixa só minha, mas de muitas pessoas com quem converso. Cuido de crianças e no final da tarde tenho várias fraldas para colocar no lixo, mas preciso esperar até o outro dia. A situação piora em sextas-feiras, porque o caminhão não passa em sábados e domingos. Então, tenho que guardar o lixo da cozinha, dos banheiros e as fraldas sujas por três dias”, afirma ela.
Para Lilian Molling, do Mercado Führ, na Av. Sapiranga, o novo horário também não é adequado. “A orientação que temos é para colocar o lixo na rua depois das 7h. Hoje, por exemplo, colocamos às 8h e os sacos ficaram lá por mais de duas horas”, comenta ela. Para separar os sacos de lixo seco e molhado, funcionários da Secretaria de Serviços Urbanos passam pelas ruas antes dos caminhões, separando o material e colocando-os na rua. “Com isso, os clientes vêm no mercado e para estacionar precisam desviar do lixo que está na rua. Sem contar, que a impressão que temos é que a cidade está mais suja, porque vemos a manhã toda o lixo espalhado”, reclama Lilian. O fato dos sacos de lixo ficarem muito tempo espalhados na rua também é uma queixa da moradora Elair Fleck. “Quase sempre algum saco fura ou vem um cachorro e rasga. Várias vezes tenho que pegar uma pá e limpar os restos que ficam na rua”, comenta ela.
Apesar de a prefeitura solicitar que os moradores não coloquem o lixo para fora de casa muito tempo antes do caminhão passar - no máximo até duas horas antes -, tem aqueles que não encontram outra solução para se adequar ao novo horário. Proprietário da Praça Lanches, na Av. 25 de Julho, Itamar Rebelo abre a lancheria depois das 9h, e por isso, coloca o lixo na rua no final do dia. “O caminhão não tem uma hora fixa para passar. Ás vezes, quando abro a lancheria o caminhão já passou. Em outros dias o lixo fica parado até às 11h. Por isso, sempre que termina o serviço no final do dia, levo o lixo para fora. Não tenho outro horário”.
Secretário diz que mudança
reduziu folha de pagamento
O Secretário de Serviços Urbanos, Marco Antonio da Silva, popular Marcão, diz que foi feito apenas um ajuste. “Entre deixar o lixo exposto o dia inteiro na rua, optamos em deixá-lo à noite, fazendo o recolhimento logo pela manhã”.
O Centro compreende a rua 10 de Setembro, Av. 25 de Julho, Av. São Miguel, Av. Irineu Becker e Rua Esteio. “Quando era recolhido de noite, pela manhã já tinha lixo de novo. Falta conscientização da população. Por mais que se tente melhorar, nunca se consegue satisfazer a todos”, comenta.
Outro motivo para a mudança, segundo o secretário, foi reduzir a folha de pagamento. “Com essa troca de horários reduzimos em 50% a folha de pagamento de horas extras”, destaca Marcão. No Centro o recolhimento inicia na rua 10 de Setembro, passando pela São Miguel e chegando na Av. 25 de Julho pelas 9h30. Marcão explica que o lixo é tirado das lixeiras e deixado na rua devido ao problema da separação. “Temos o velho problema da separação. Muitos moradores ainda não separam o lixo seco do molhado, então dois garis passam antes do caminhão e fazem a separação, tirando das lixeiras e deixando-o na rua para facilitar o trabalho depois”.
Atualmente são usados dois caminhões para recolher o material na cidade, e dez garis trabalham na coleta. Segundo o secretário, a prefeitura está com um projeto para a compra de mais um caminhão. “No verão, novembro, dezembro e janeiro, a quantidade de lixo aumenta muito. Vamos encaminhar o projeto para a Câmara e enquanto não for liberado, teremos que locar um caminhão extra. O custo disso, no entanto, é de 8 mil por mês. Em três meses de aluguel, já se teria pago 10% do caminhão novo”, comenta.
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