Não é de hoje que muitos moradores reclamam da imprudência dos motoristas. Ultrapassagens inadequadas, velocidade acima do permitido e desrespeito com os pedestres são algumas das inúmeras queixas. E não é somente na BR 116 que os motoristas abusam.
Em muitas ruas asfaltadas dentro da cidade, como João Klauck, Porto Alegre e Esteio, manobras arriscadas são constantes. Mas é a Estrada Campo Bom a campeã de reclamações. Vários acidentes já foram registrados na via, que não tem iluminação nem calçadas. O caso recente mais grave foi registrado em abril deste ano, quando o pedestre Diego Rafael dos Santos Bolico, de 24 anos, morreu após ser atropelado por um motoboy na Estrada Campo Bom. O acidente aconteceu por volta das 21h10, em um trecho onde não há iluminação pública. Nesta sexta-feira, dia 18, tem início a Semana Nacional do Trânsito de Dois Irmãos, que terá Caminhada pela Paz no Trânsito no dia 25. E é essa paz que muitos moradores buscam para ter mais tranquilidade nas ruas da cidade.
Moradora do bairro São João, Lúcia Engelmann Kuhn procurou a redação do JDI para denunciar os absurdos cometidos por muitos motoristas. “Os carros passam voando, não respeitam nada”, diz ela. Diariamente, a moradora passa a pé pela Estrada Campo Bom para chegar ao Centro, onde trabalha. “Esse é o horário que os ônibus das empresas estão passando. Eles quase voam por cima das pessoas. Em dias de chuva, a água fica parada em alguns pontos, e os motoristas passam nas poças e molham todo mundo. E ainda acham bonito, ficam rindo da nossa cara. Semana passada, um ônibus passou tão rápido que meu guarda-chuva voou com a força e fiquei toda embarrada. Já tivemos acidente com morte aqui, não sei o que estão esperando para fazer alguma coisa”, reclama Lúcia, muito indignada.
Nos horários de pico, quando os funcionários das fábricas vão ou voltam do trabalho, o trânsito fica ainda pior. A costureira Maria Correa Goulart, de 58 anos, reclama da falta de respeito com os pedestres. “É um carro atrás do outro. E um tentando andar mais rápido que o outro. Às vezes temos que correr pro mato pra não ser atingido. Colocaram ‘olho de gato’ em alguns pontos da estrada, mas isso não ajudou em nada. Passam voando por eles, sem respeitar nada”, afirma.
Para o auxiliar de produção Alex de Souza, que mora no São João, a falta de iluminação e de calçadas torna a rua ainda mais perigosa. “À noite vamos para o Centro por aqui, e a situação é ainda pior. É tudo escuro. Todo mundo caminha na rua e não enxerga nada. E os carros ainda em uma velocidade incrível. Quando percebemos, eles já estão em cima da gente”, comenta Alex.
“Motoqueiros andam pela calçada
na João Klauck”, diz moradora
Por ser uma entrada secundária a Dois Irmãos, a Av. João Klauck é uma das mais movimentadas da cidade. E com o movimento aparecem também inúmeras infrações de trânsito.
Esta manhã, enquanto a redação do JDI conversava com moradores do local, várias imprudências foram observadas. Carros e caminhões dividem a rua estreita fazendo ultrapassagens em alta velocidade, arriscando a vida dos pedestres e de outros motoristas que vêm no sentido contrário. Moradora da avenida há 28 anos, Maria Valida Wagner conta que a família está pensando em vender a casa e se mudar para um lugar mais tranquilo. “Até parece que a João Klauck não existe para nossas autoridades, porque ninguém faz nada para mudar esse trânsito horrível. Toda semana tem algum acidente. Por essa avenida passa grande parte do movimento da cidade. Temos aqui muitas empresas, postos de gasolina e é uma entrada para o município. Os ônibus passam voando, caminhões, carros e motoqueiros não respeitam nada. Nas horas de pico, os motoqueiros chegam a subir pela calçada. Sem falar da sujeira que toma conta da calçada, que só temos de um lado da via”, diz ela.
Calçada e iluminação pública
A vereadora Eliane Becker passa diariamente na estrada Campo Bom e conhece bem a situação do trânsito no local. “Tem empresa, tem o ginásio da Vila Becker, a creche no São João, enfim, todo dia circulam muitas pessoas. Há anos os moradores estão pedindo iluminação pública, pois à noite o perigo é maior ainda. Há necessidade de uma calçada em toda extensão, pelo menos em um dos lados da via. Quando foi feito o asfalto, o Estado tinha deixado o espaço da calçada com preenchimento de brita. Mas não foi mantido e o mato tomou conta”, diz ela. Para a vereadora, só será possível acabar com a imprudência colocando um redutor de velocidade com radar. “Os tachões em frente à Via Sole não são respeitados. Carro pequeno até respeita, mas ônibus e caminhões passam voando. Quebra-mola não pode porque a estrada é estadual. A saída seria um radar”, conclui.
“Quebra-molas salvam vidas”
Para o vereador Paulinho Quadri, a solução para coibir o excesso de velocidade é colocar quebra-molas. “Já enviei 11 projetos de quebra-molas e todos foram colocados. Não tem outro jeito. Parte da Av. Porto Alegre está intransitável porque o quebra-mola que tem lá é infantil, é pequeno, o pessoal passa voando. Tem que colocar o melhor que tem para o povo se conscientizar”, destaca Paulinho, que mora na Porto Alegre. “Tem gente que dirige que não podia ter carteira. São uns irresponsáveis”.
Dois caminhos: educar e fiscalizar
Na opinião do tenente Nilton Tavares, comandante da Brigada Militar, há duas formas de controlar o trânsito: educar e fiscalizar. “A Brigada não tem como agir sem um equipamento para controlar o excesso de velocidade. Há três meses sugerimos que a prefeitura coloque no orçamento plurianual um radar no trecho da estrada Campo Bom. Com isso, se o limite é 40 ou 50 km por hora, e o condutor passa a 70km/h, já fotografa e ele recebe a multa em casa. Isso ajuda a conscientizar”, destaca ele.
Radar previsto no Orçamento 2010
O chefe do Departamento Municipal de Trânsito reconhece o problema. “Eu, particularmente, já recebi de 50 a 60 ligações de pessoas reclamando do excesso de velocidade”, diz Mauro Agostini, chefe do Departamento de Trânsito, destacando que a instalação do radar está prevista no orçamento para 2010. “Não podemos colocar isso como uma promessa, pois daqui a pouco entra alguma outra coisa, e não podemos cumprir. Mas temos essa previsão”. Ele também reconhece os problemas na Av. João Klauck, onde se estuda um projeto de alargamento da via.
sexta-feira, 18 de setembro de 2009
PERIGO!
Moradores reclamam da imprudência dos motoristas nas ruas com asfalto
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