sexta-feira, 15 de janeiro de 2010

Perigo na 25 de Julho

Moradores do Centro estão preocupados com a situação dos postes de madeira depois que um deles caiu no meio da avenida, na quarta-feira à noite, e por pouco não atingiu um casal de pedestres que passava pelo local


Um poste de luz de madeira caiu no início da noite de quarta-feira, na Av. 25 de Julho, causando grande susto nos moradores e pedestres. O último poste da avenida, próximo ao Hospital São José, caiu no meio da pista, bateu em uma árvore e por muito pouco não atingiu um casal que caminhava na calçada.
O acidente aconteceu por volta das 20h30. O poste teria vindo abaixo por conta do desgaste natural da madeira. Angelina Ritter estava fazendo sua caminhada diária com o marido, Hélio, quando por pouco os dois não foram atingidos. “Estávamos vindo pela rua São José e entramos na 25. Aí meu marido disse: ‘esse poste vai cair’'. Ele veio vindo e a sorte foi que não paramos para olhar. Foi questão de segundos e deu aquele estouro. Botei a mão na cabeça para me proteger. Foi horrível”, relatou Angelina, que hoje pela manhã ainda estava muito assustada. “Quando vi o poste empinado disse para minha esposa que seria melhor entrar no Café da 25 e avisar o Cornélio para ligar para a AES Sul. Mas nem deu tempo. Foi tudo muito rápido”, contou Hélio.
Angelina disse que havia faísca de fogo por tudo: “Todo mundo saiu correndo das casas. O pessoal da lancheria também ficou apavorado. Foi um estouro muito grande. Podia ter acontecido uma tragédia. Tivemos muita sorte de não sermos atingidos”.
Cornélio Johann, do Café da 25, conta que ouviu o casal dizendo que o poste ia cair e em seguida já ouviu o estouro. “Tem muita gente caminhando nessa hora. Podia ter acontecido algo muito grave”, comentou. Segundo ele, a AES Sul já havia vistoriado os postes. “Na semana do Kerb ainda falei com um dos funcionários que estava fiscalizando os postes e ele disse que estes dois últimos estavam condenados”, concluiu.




SEM INTERNET E TELEFONE
Os moradores próximo à área onde o poste caiu ficaram sem luz até as 4h da madrugada e na manhã de ontem ainda estavam sem internet e telefone.
Mirna Bender, dona de uma agência de seguros que fica em frente ao local da queda, estava inconformada com a situação. “A gente está aqui sem poder trabalhar. Sem telefone, sem internet. Podia ter acontecido uma tragédia. Acho um verdadeiro absurdo! A gente paga imposto e para tudo tem fiscalização. Mas para um caso desses a prefeitura não faz nada”, reclama a moradora.
O pai de Mirna, seu Glauto Bender, 83 anos, mora há mais de 50 no local e lamenta que algo tem que acontecer para que providências sejam tomadas. “Aqui é um lugar crítico. Pelo menos uns oito postes já foram substituídos. Mas sempre botaram de madeira. Já deu vários acidentes”, relata ele. “Até que enfim hoje botaram um poste de concreto. Mas é uma pena que sempre esperam algo acontecer para depois arrumar”. O morador cobra maior fiscalização. “A prefeitura tem de fiscalizar. A gente paga imposto e temos que ter uma resposta deles. Tem vários outros postes podres, não só nesta avenida, mas em toda cidade, e são um perigo”.
A esposa de Glauto, dona Alide Bender, diz que passou a noite acordada, vendo o trabalho dos funcionários da AES Sul. “Eles vieram logo e trabalharam a noite toda. Não dormi, fiquei parada na janela olhando os homens trabalhar. Eles estão de parabéns. Mas assim como eles vieram logo, a prefeitura também tinha que dar mais atenção e informar se tem problemas”, diz ela.

O QUE DIZ A AES SUL
Procurada pela redação do Jornal Dois Irmãos, a AES Sul informou, através da sua assessoria de imprensa, que “faz vistorias permanentes na rede elétrica” e que “o poste em questão não apresentava risco de queda nas últimas vistorias, tampouco havia registro de solicitação de troca por parte da comunidade”. De acordo com a AES Sul, para identificar a causa da queda “é necessário verificar o histórico do poste, observando aspectos como incidência de acidentes de trânsito e temporais”. No e-mail enviado à redação do JDI, a empresa afirmou que fará uma “nova vistoria em toda a rede da avenida para identificar se há necessidade de outras manutenções” e desmentiu que utiliza uma numeração vermelha nos postes para identificar aqueles que estão ameaçados de cair. “A AES Sul não usa nenhum tipo de marcação nos postes”, diz a nota.


O QUE DIZ A PREFEITURA
A manutenção da rede elétrica e a troca de postes é de responsabilidade da AES Sul.
O chefe de gabinete da prefeitura, Paulinho Brachtvogel, informou que a administração municipal encaminharia ainda hoje um ofício para a direção da AES Sul, solicitando que seja feita uma reavaliação de todos os postes de luz do município, a fim de evitar novos acidentes.

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