quarta-feira, 5 de janeiro de 2011

Pelotas, uma cidade para adoçar a alma

Alan Caldas
editor

Pelotas possui + ou – 350 mil habitantes e é uma cidade com influência em outras 19 cidades ao redor, que somadas chegam a 1 milhão e 200 mil habitantes.

Com clima subtropical úmido, seu inverno é ameno, com densos nevoeiros, e o verão é quente. Entre suas belezas naturais estão a Praia do Laranjal e a Cachoeira do Arco-Iris, além de uma região colonial de raro encanto. A praia do Laranjal, na Lagoa dos Patos, é praticamente uma cidade, com shopping que fica aberto até altas horas e onde os bares colocam cadeiras na praia.

O comércio de Pelotas é forte e diversificado. A arquitetura é colossal, e embora muitos dos antigos prédios estejam depredados (ou em depredação), muitos e muitos casarios de arquitetura que lembram a época de glória e imponência das charqueadas (quando a cidade era tão importante que Porto Alegre sequer existia) ainda estão lá. Igreja espetecaulares, mansões, o prédio do Banco de Pelotas, do qual se originaria o Banrisul, estão lá, como prova de uma época de riqueza e opulência.

Uma visita obrigatória é ao Museu da Baronesa, logo na entrada da cidade (vindo de Porto Alegre). O acesso ao Parque, que também é belíssimo, é grátis, mas para entrar no Casarão paga-se 2 reais. E vale a visita. Antigamente a trupe do circo Tholl fazia uma vez por mês uma performance no local, com as roupas da baronesa e da família, mas esse projeto infelizmente está parado. Vale, porém, a visita.

A rede hoteleira é grandiosa, com hotéis para todos os requintes e bolsos. E bares, choperias e danceterias agitam a noite pelotense. O povo, mescla de muitas culturas mas em especial portuguesa, é gentil e hospitaleiro.

A gastronomia é riquíssima e variada, com excelentes restaurantes sofisticados, churrascarias, pizzarias e confeitarias. Mas é nos doces que Pelotas se destaca nacionalmente, pois é considerada como Capital Brasileira do Doce.

Não existem doceiras como as de Pelotas. A tradição portuguesa, falquejada nos conventos e monastérios da Idade Média, de onde se originariam os primeiros e principais habitantes de Pelotas (que virou cidade em 1835, ano da Revolução Farroupilha), legou ao município a arte de fazer doces.

Quem chega a Pelotas tem obrigação de se esbaldar nas confeitarias da cidade. A mais tradicional delas é a antiga Doceria Berola, que mudou de nome e agora se chama Pérola.

Queijadinhas, bom bocado, quindim de nozes, de chocolate, beijinho de coco, brigadeiro, branquinho, negrinho, bombom casadinho, bombom de nozes, de ameixa, de damasco, beijo de mulata, beijo de alemão, trouxinhas de nozes e de castanha, envelope de nozes e de chocolate, os incríveis pastéis de Santa Clara (melhores aqui que em Portugal, pois provei lá e cá e confirmo) papo de anjo, olho de sogra, ninho, bem casado, fatias de Braga, quindim, broinha de coco, camafeu... são tantos e tão bons que Pelotas é considerada a cidade mais doce do planeta. Se você sofre do diabetes, fuja, porque a tentação é grande. Quase irresistível. E o preço convidativo, pois cada docinho desses, feito com requinte e detalhes, sai por menos de 2 reais, sendo impossível comer “só” uns 10 ou 15 deles. E como as confeitarias estão por todos os lados, para onde quer que se olhe lá estão as delícias desta que foi a cidade culturalmente mais sofisticada do Rio Grande do Sul.

A sofisticação de Pelotas veio do fato de que os filhos dos proprietários das charqueadas, inicialmente, e dos arrozeiros depois, não tendo onde estudar no Rio Grande do Sul eram enviados para Paris. Lá, graduavam-se e se tornavam doutores, voltavam usando roupas da moda parisiense, falando francês e trazendo para a cidade uma sofisticação que o povo rude, acostumado às lidas de campo e matança de gado, desconhecia. Com eles, viriam também os centros culturais de música, poesia e literatura.

Um dos pelotenses que ganhou o mundo literário foi Simões Lopes Neto, um genial escritor, “Contador de Causos”, que é lenda entre todos os peões do Rio Grande do Sul, especialmente com os “Causos do Romualdo”. O casarão onde viveu Simões Lopes Neto pode ser visto na entrada de Pelotas (pelo lado que vem de Rio Grande).
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Pontos turísticos de Pelotas



Colônia de Pescadorez Z3 - Reduto de pescadores artesanais, localidade própria para compra de pescado. Situa-se na Praia do Totó.

Parque Nova Cascata - Localizado no 5o. Distrito - Colônia Cascata. O local dispõe de quadras de esportes, parque infantil, sala de jogos, sserviços de restaurante e café colonial. Além de comercialização de produtos coloniais. Maiores informações através do fone: (53) 3277-5656 ou e-mail: vander@sisinfo.info.br

Charqueada São João - Construída em 1810 pelo charqueador Antônio Gonçalves Chaves, é hoje roteiro turístico-cultural gaúcho. Em estilo colonial ainda tem resquício do que foi a senzala e um jardim ornado de estátuas de Porto, fonte d"agua e figueiras centenárias. Num ambiente totalmente secular, pode-se visitar o quarto onde se hospedou o naturalista francês Auguste Saint Hilaire, no ano de 1820. Situada na Estrada da Costa 500, Abeto diariamente, mas é necessário agendamento: (53) 3228-2425

Theatro Sete de abril - Data do ano de 1833, é o quarto mais antigo e em funcionamento precedido apenas pela Bahia, Rio de Janeiro e Maranhão. Hoje é o teatro em funcionamento mais antigo e foi tombado pelo Patrimônio Histórico Nacional em 1979.Está localizado na Praça Coronel Pedro Osório, 160. Informações pelo fone: (53) 3225-5777

Igreja Cabeluda - Bela construção totalmente envolvida por heras que, com a troca da estação, adquirem cores diferenciadas fornecendo um aspecto singular. Localizada na Rua Quinze de Novembro, 472/Centro. Funciona de terça a quinta-feira. Não é cobrada taxa de visitação. Informações através do fone (53) 3222-5679.

Mercado Público - Construção edificada pelo Arquiteto Roberto Offer em 1849. Apesar de ter sofrido transformações em sua composição original, através da reforma de 1914 e do incêncio de 1969, o Mercado ainda se impõe como uma das construções de maior importância e beleza do município. Localizado na Praça Sete de Julho / Centro. Funciona diariamente, em horário comercial. Informações através do fone (53)3225-3733.

Museu da Baronesa - Neste local encontramos registrada toda a opulência vivida por Pelotas durante o século XIX. Valores e riquezas foram preservados num acervo que conta com objetos como: mobília de mogno, enxovais ricamente bordados, vestuário de época, leques, baús e bibelôs. Grande parte das peças mostradas fazem parte do acervo doado por Lourdes Noronha Coelho Borges e Adail Bento Costa, este último um artista e colecionador pelotense. Localizado na Av. Domingos de Almeida, 1490.Informações fone (53) 3228-4606

Museu Farmacêutico Moura - localizado na Rua 15 de Novembro, no coração de Pelotas. O museu conta com mais de 3 mil objetos ligados à atividade farmacêutica oriundos do Brasil e mais 32 países à disposição do público de forma gratuita. Montado por um bem-sucedido farmacêutico da cidade, o local é pioneiro no gênero no Rio Grande do Sul. Horário: diariamente, das 9h às 12h e das 14h às 18h.

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