quarta-feira, 15 de julho de 2009

Clima volta a esquentar na Câmara

Apesar do frio na noite de segunda, o clima voltou a esquentar na Câmara de Vereadores. A situação reclamou de projetos que estão na Comissão de Pareceres e não foram à votação. A oposição rebateu e houve troca de alfinetadas. Nem os governos estadual e federal escaparam da polêmica.
O líder de governo, Jair Quilin (PDT), reclamou que a demora na votação pode atrapalhar a vinda de recursos para o município. Ele citou o caso dos projetos 105 (88 mil reais para compra de merenda escolar) e 110/2009 (187 mil reais para compra de um veículo para transporte escolar).
- Peço que a comissão comece a ler as justificativas. Talvez o Paulinho queira discutir mais - ironizou.
Sérgio Fink (PSDB) rebateu:
- Penso que até aprovamos alguns projetos com rapidez demais. Entendo também que a comissão precisa fazer uma análise detalhada dos projetos. Além disso, não tem tanta urgência assim, pois trata-se de uma possibilidade de recurso - afirmou ele.
O RONCADOR
O vereador Paulinho Quadri (PMDB) foi ainda mais incisivo ao criticar Jair:
- O Jair é uma boa alma, mas tem que montar um conjunto musical chamado “Roncador”. Ele vem aqui roncar na tribuna, mas teve 15 minutos para explicar os projetos e não fez. Ele é um mau líder de governo.
Como presidente da Comissão de Pareceres, ele declarou que faltam informações nos projetos:
- Os 187 mil para a compra de um ônibus não é um convênio, é financiamento. Precisamos saber qual é o juro, de quanto tempo será o financiamento... Precisamos analisar com calma - disse Paulinho.
Jerri Meneghetti (PP), que também faz parte da Comissão de Pareceres junto com Paulinho e Antônio Renz (PDT), concordou com Paulinho:
- Não podemos sair aprovando projetos a torto e a direito... Não vou ceder a pressão de nenhum lado, Temos que ler e analisar bem os projetos - afirmou.
SEM SENTIDO
Por fim, Sérgio declarou que a polêmica criada pela situação era desnecessária.
- Em nenhum momento a Câmara deixou de atender os pedidos do Executivo. Por isso, não tem sentido essa polêmica. A impressão é de que estão querendo empurrar tudo goela abaixo - disse o presidente.

PURA PIMENTA
A oposição voltou a mostrar preocupação com o aumento da folha de pagamento na nova administração.
Sérgio Fink (PSDB) destacou que Dois Irmãos ficou em 6º lugar no Estado e em 20º no país em gestão fiscal, com base nos números de 2007, quando a prefeitura ainda era administrada por PMDB e PP.
- A média no país com os gastos da folha ficaram em 44%. Dois Irmãos, agora, já está em 47,5%, e na semana passada entraram mais projetos para a contratação de mais pessoas. Isso é preocupante. Antes, eles diziam (referindo-se a PT e PDT) que era preciso colocar sinaleiras dentro da prefeitura. Agora, então, vão ter que construir viaduto, túnel e elevada - cutucou o presidente.
Paulinho Quadri (PMDB) foi no embalo e criticou o prefeito:
- Dois Irmãos é 20º no país em gestão fiscal e o Miguel (Schwengber) disse que esse resultado também é atribuído aos prefeitos anteriores. Como assim? Esses números são só dos prefeitos anteriores. Eles são de 2002 a 2007, não têm nada a ver com ele. Mas eu conheço o Miguel há oito anos aqui na Câmara e sei que ele age assim. A folha agora já está em 47%... Duvido que vão conseguir ficar em 20º - afirmou o vereador.
Antônio Renz (PDT) rebateu:
- Não adianta não gastar e não fazer quase nada. Esperem passar 4 anos para falar. Se vocês tivessem feito as coisas, não teriam levado a “lavada” que levaram nas eleições.
Eliseu Rossa (PT) também defendeu a administração municipal:
- É uma pena que o prefeito Miguel só tenha 2% de recurso livre. Se estamos colocando mais gente agora, quem sabe daqui dois anos vamos ter o resultado disso.
Tânia da Silva (PMDB) não perdoou os vereadores da situação:
- Não gosto dessa história de “lavada”. Se fizermos uma nova campanha eleitoral agora, vamos ver que muita gente já está arrependida do seu voto - disse a vereadora.

Nenhum comentário:

Postar um comentário