quinta-feira, 20 de agosto de 2009

Câmara do Morro aprova projeto da Feira do Livro

Situação e oposição voltaram a trocar farpas



A pauta do mês de agosto não muda na Câmara de Morro Reuter. Na verdade, dois assuntos têm provocado polêmica entre os vereadores nas últimas semanas: a Feira do Livro e as férias do pediatra do posto de saúde.
Na sessão desta terça-feira, o debate esquentou.
O projeto 067/2009, que autoriza o Poder Executivo a abrir crédito especial de até 150 mil reais para viabilizar a Feira do Livro, acabou sendo aprovado por unanimidade. Antes da votação, no entanto, houve troca de farpas entre situação e oposição. Líder do PMDB, o vereador Vanderlei Behling, popular Pitcha, voltou a “implorar” pela votação urgente do projeto no início da sessão:
- A comunidade já está perguntando se a Feira do Livro vai sair. Imploro de novo para que o projeto seja aprovado. Muito tempo já se perdeu - declarou o vereador.
Pitcha também criticou fortemente os gastos feitos pelas administrações anteriores nas outras feiras:
- Temos que fazer uma Feira do Livro dentro da realidade do município. Não podemos continuar com alguns números absurdos. O Maurício de Souza levou 28 mil reais dos cofres públicos. O Zeca Camargo veio aqui por um cachê de 10 mil só para tirar umas fotos. Isso é um verdadeiro absurdo.
A vereadora Juliana Zimmer (PTB) reiterou que a votação aconteceu dentro do prazo e insistiu que o projeto só não foi aprovado antes porque a administração não havia respondido o pedido de informações da oposição.
- Temos prazo de 30 dias para analisar os projetos, e este projeto entrou no dia 24 de julho. Além disso, no dia 4 de agosto encaminhamos um pedido de informações com apenas duas perguntas, mas ele só foi respondido agora. Será que somos nós que estamos atrasando - indagou ela.
“POLITICAGEM E INFANTILIDADE”
Pitcha voltou à tribuna indignado:
- Chamo isso de politicagem, alguém usar de chantagem para aprovar um simples projeto de abertura de conta para empresas ajudarem na Feira do Livro. Será que é possível ter esse tipo de gente em Morro Reuter? Isso é infantilidade.
Júlio César Trierweiler (PTB) rebateu:
- Não acho que seja politicagem; é uma questão de Lei.
Juliana também reagiu:
- Não vejo como chantagem. Nós temos o dever de exercer a fiscalização e buscar informações - disse ela.
A vereadora do PTB criticou as declarações de Pitcha em relação à vinda de escritores renomados:
- Com certeza eles não vêm aqui só para tirar fotos. Quem trabalha em sala de aula sabe que a preparação para uma feira começa bem antes. Precisamos de escritores e shows que atendam a expectativa da comunidade. Será que temos que baixar o nível cultural da nossa feira? - questionou.
Pitcha insistiu:
- Podemos trazer boas atrações, só não podemos brincar com o dinheiro público. Na minha opinião, acho que os escritores não merecem esses valores. Acho que há muitas outras áreas em que esse dinheiro poderia ser investido.
Por fim, Juliana considerou “infelizes” as declarações de João Bosco Staudt e Guido Dilkin, do PMDB, que na sessão passada disseram que as últimas administrações “deram calote” e “ficaram devendo” para fornecedores.
- O que houve foram alguns atrasos - disse ela.
Os dois rebateram a colega:
-Ficaram devendo, sim! Tem uma empresa que não recebeu 23 mil reais - apontou o vereador Guido.
- O PTB deu calote, está provado! Tem empresas que foram procuradas agora e não deram auxílio porque ficaram devendo para elas - completou João Bosco.


FOI O ÚLTIMO CAPÍTULO?
A polêmica sobre as férias do pediatra do posto de saúde voltou à tona nesta terça-feira.
A oposição questionou a justificativa do secretário de Saúde, Guido Giehl, que, segundo os vereadores, disse ter sido “obrigado a conceder férias” ao médico Oscar Cardoso Neto de 20 de julho a 3 de agosto. Para o vereador Romeo Schneider (PDT), o secretário “faltou com a verdade”.
- Pela Lei ele não era obrigado a dar férias; poderia ter negociado por mais quatro meses. Mas é evidente que o médico tem todo o direito de querer tirar férias. O que nos estranha é que o secretário teve 69 dias para resolver o problema e não conseguiu - disparou o vereador referindo-se ao período de 11 de maio a 20 de julho.
Segundo Romeo, em maio o secretário de Saúde teve que convocar o pediatra para trabalhar do dia 11 ao dia 25, durante suas férias, e sabia que teria de compensá-lo posteriormente.
- Se me dessem 69 dias, eu teria resolvido o problema. Não tiveram capacidade de conseguir um outro pediatra - completou ele.
A vereadora Juliana Zimmer (PTB) lembrou que o pediatra já tirou férias duas vezes este ano.
- Não é a administração que tem de se adaptar ao profissional, é ele que tem de se adaptar à administração. O secretário disse que, tendo direito ou não, ele era obrigado a conceder férias porque não pode ter um profissional insatisfeito dentro do posto, o que seria um risco. Pergunto: deixar o posto sem pediatra também não é um risco?
A situação reagiu:
- Se o secretário teve que dar férias, não vou questionar. Volto a dizer que um clínico geral pode prestar o mesmo atendimento. Gostaria de perguntar à vereadora Juliana quantos pediatras haviam na época em que a secretaria de Saúde era do PTB - cutucou João Bosco (PMDB).
Vanderlei Behling (PMDB), o Pitcha, foi no embalo do colega:
- Concordo que deveria haver dois ou três pediatras. Mas só queria saber se alguma criança deixou de ser atendida durante as férias do médico - declarou ele.
Romeo voltou à tribuna:
- Nenhuma criança morreu ou deixou de ser atendida, mas o debate não está aí. Não concordo que o clínico geral seja a mesma coisa, pois com o pediatra as mães já têm um acompanhamento.
A dúvida que fica: ontem foi o último capítulo desta polêmica?

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