segunda-feira, 10 de agosto de 2009

Frio aquece o turismo

Inverno movimenta lojas e restaurantes na BR 116



Nesta época do ano, o movimento cresce consideravelmente. Cafés, shoppings e malharias comemoram a boa safra deste inverno. Na Malharia Daiane, por exemplo, o movimento aumentou em 100% com o frio. O café colonial tem grande procura, e nada como um chocolate quente ou uma sopa no pão para atrair turistas e aquecer as vendas com as temperaturas tão baixas que estão fazendo.
Do Rio Grande do Sul, quem compra em Dois Irmãos é de Porto Alegre. É a opinião unânime dos donos de estabelecimentos. “Em Porto Alegre tem dinheiro, e eles vêm consumir aqui”, comenta José Luiz Wittmann. Uma parcela dos turistas também é do Vale do Sinos, principalmente São Leopoldo. Fora isso, são de São Paulo e Florianópolis os principais consumidores que passam pela região a negócios ou a passeio, e acabam conferindo os atrativos. “Aquela placa anunciando 50% de desconto em frente à malharia... hummm, não deu para resistir. Costumamos passar aqui pelo menos uma vez por ano, adoramos o frio, e a Malharia Daiane é parada obrigatória”, diz Lucia Sanchez, ao lado do marido José Manuel, de Florianópolis, Santa Catarina. Se antes o casal já tinha costume de parar no local, com as liquidações ficou ainda mais difícil resistir. E a gerente Andréa Krakheke comemora o bom movimento. “Tivemos aumento de 100% em julho. As liquidações são um atrativo a parte. Os principais clientes são da grande Porto Alegre e de outros estados, como esse pessoal de Florianópolis. Posso dizer que o estacionamento está sempre cheio”, comemora ela.
Daniel Kuhn, administrador do Shopping Portal da Serra, concorda que as vendas crescem consideravelmente nesta época. Ele diz que Dois Irmãos encanta e deixa as pessoas maravilhadas. “Temos turistas de Porto Alegre, muitos do Rio de Janeiro, São Paulo, Nordeste e Paraná. Eles ficam maravilhados com as paisagens da Rota Romântica. Eles param principalmente para o almoço e um lanche. A venda nas lojas, nas malharias do shopping, é uma consequência. E essa venda teve um crescimento muito grande. Está muito bom para o turismo”, afirma Daniel.

Café colonial,sopa no pão e chocolate
O sabor colonial dos cafés e da comida típica alemã é um dos principais atrativos para quem vem das grandes cidades. Danilo Maldaner, do Restaurante Johann, no Travessão, recebe cerca de 120 pessoas por fim de semana. “O frio é sempre bom para um café colonial”, diz ele.
A Casa da Vovó oferece um ambiente aconchegante com forno à lenha e delícias de dar água na boca. O carro chefe da estação é a tradicional Sopa no Pão, e são servidos em média 200 sopas de quinta a sábado. “A sopa é uma tradição da casa. O movimento aumentou em torno de 40%”, comenta João Guilherme Becker. Como nos demais pontos, o turista que prova o sabor colonial da sopa feita em Dois Irmãos, também é de Porto Alegre.
E não é preciso ser chocólatra de plantão para dar aquela paradinha na loja da Chocolates Plátanos. É difícil resistir! “As pessoas gostam do ambiente e acabam ficando um pouco mais para conferir o saboroso chocolate quente. Famílias inteiras de Porto Alegre e até excursões de outros Estados passam por aqui no fim de semana. Muitos vêm para negócios e dão uma passada na loja”, comenta Gabriela Feltes da Silveira.

Vinhos Wittmann, um atrativo à parte
Em terra de alemães, uma vinícola que produz vinhos finos é um grande atrativo turístico. A Vinícola Wittmann, de José Luiz Wittmann, fica nos fundos da Casa da Vovó. “O moderno está aqui. Só que é artesanal”, orgulha-se seu Wittmann.
Para o proprietário e vinicultor, o movimento de turistas é normal. “Podia estar melhor se os dois-irmonenses tivessem o hábito de tomar vinho”, brinca ele. “O gaúcho toma vinho no inverno e come feijoada no inverno. E champanhe só em festas e fim de ano. Na Europa, as pessoas tomam o vinho o ano todo. E no Rio de Janeiro, comem feijoada o ano todo. É uma questão de cultura. Aqui, infelizmente não há a cultura de tomar vinho”, comenta seu Wittmann.
Os principais clientes da vinícola são de São Leopoldo e Porto Alegre. O movimento se intensifica em sábados e domingos. Quem visita o local, além de degustar o vinho produzido em Dois Irmãos, recebe uma verdadeira aula de como é a produção, a seleção das uvas, o processo de elaboração e armazenagem. Tudo nos mínimos detalhes. “Vinho novo é brilhante. Quanto mais cor o vinho tem, menos você nota”, ensina seu Wittmann. Na vinícola são produzidas de 3 a 4 mil garrafas de vinho por ano, além de espumantes.

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