sexta-feira, 12 de fevereiro de 2010

Irmã Beatriz Volpato é a Ana Terra de Dois Irmãos

- Jesus disse: “Quem acolhe um desses pequeninhos, é a mim que acolhe”. Com a Pastoral, estamos acolhendo Jesus. O que mais nós queremos? Toda pessoa tem um chamado especial de Deus para sua caminhada aqui na Terra. Eu senti esse chamado e Ele não me deixava em paz. Ele dizia: “Vai que vou contigo. Pode contar com a boa vontade de Dois Irmãos”.
É assim que a Irmã Beatriz Volpato resume sua motivação para ter fundado a Pastoral da Criança em Dois Irmãos, no ano de 1994. Por sua dedicação aos pequenos, ela acaba de ser escolhida para receber o Troféu Ana Terra, como representante do Vale do Sinos. Este prêmio é destinado às mulheres que lutam e contribuem para o desenvolvimento de suas comunidades no Rio Grande do Sul.
Ao todo, 28 gaúchas serão premiadas pelas mãos da governadora Yeda Crusius, em solenidade ainda sem data definida - provavelmente em março.

O que significa receber este prêmio?
Irmã Beatriz -
Fiquei emocionada. Não mereço uma coisa estadual, algo tão grande. Em primeiro lugar, quero agradecer a Deus, que me inspirou e me deu força. Eu sozinha não faria. E agradecer ao povo de Dois Irmãos, a vocês pela aceitação.


Como surgiu a ideia de fundar a Pastoral?
Irmã Beatriz -
Cheguei aqui em 1994 e já tinha conhecido um pouco a Pastoral da Criança, que é hoje considerada a mais organizada do mundo. Sendo uma entidade da Igreja Católica, procurei o padre Milton (Zilles) e ele brincou: “Irmã, vai devagar que eu também sou novato aqui”. Em segundo lugar, procurei o Jornal Dois Irmãos, porque nada se faz sem divulgação. O Alan Caldas foi muito atencioso, me recebeu muito bem e me senti edificada a realizar este trabalho. O Alan disse que eu podia contar com ele e com o jornal para tudo. E até hoje, ele nunca falhou comigo. O Jornal Dois Irmãos, para mim, é um alimento social para a vida. Depois disso, fui na prefeitura e encaminhamos tudo. No dia 29 de maio de 1994 festejamos a fundação da pastoral.


O início da Pastoral da Criança foi difícil? A senhora encontrou apoio dentro da comunidade?
Irmã Beatriz -
Logo recebi todo o apoio necessário, tanto do comércio, como de toda a cidade, que valorizou o trabalho e me apoiou inteiramente.


O que a Pastoral da Criança representa hoje?
Irmã Beatriz -
A Pastoral é um bonito trabalho e um grande valor para as crianças, principalmente as mais necessitadas. Para fundar a entidade, era preciso providenciar muita coisa. Eu não conhecia ninguém aqui, mas sabia que tinha muitas crianças carentes. Durante anos trabalhei com pobres. A criança corre, abraça a gente, as mães acolhem muito bem esse trabalho. Isso é muito gratificante.


É possível acreditar num futuro melhor?
Irmã Beatriz -
Claro que é! Nós, adultos, temos que lutar por isso, começando pela educação. Jesus disse: “Quem acolhe um desses pequeninhos, é a mim que acolhe”. Com a Pastoral, estamos acolhendo Jesus. O que mais nós queremos? Toda pessoa tem um chamado especial de Deus para sua caminhada aqui na Terra. Eu senti esse chamado e Ele não me deixava em paz. Ele dizia: “Vai que vou contigo. Pode contar com a boa vontade de Dois Irmãos”.


Qual é o maior desafio da sociedade atual?
Irmã Beatriz -
Como religiosa, a gente sabe o valor que tem a participação na igreja. Existe muito afastamento de Deus, as pessoas precisam ter mais fé. Hoje as crianças fazem a Primeira Comunhão, a Crisma e depois desaparecem da igreja. Não pode ser assim.


Depois de tanto tempo vivendo na cidade, o que a senhora tem a dizer sobre Dois Irmãos?
Irmã Beatriz -
A Pastoral da Criança começou no bairro São João, fui muito bem acolhida pelos Ministros da Eucaristia, que até hoje me acompanham. Fundadora não sou só eu, mas quem acolheu e me acompanhou e que ainda hoje continuam como ministros e líderes. Só tenho a agradecer, de coração. Trabalhei sempre com o povo. E de todas, Dois Irmãos é a cidade que mais gostei, que mais me ajudou, por isso o trabalho foi bem desenvolvido e a Pastoral da Criança deve continuar. Vale a pena, dá um crescimento muito grande para as famílias.

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