quinta-feira, 11 de fevereiro de 2010

Plantações sofrem com calor intenso

Preços de frutas e verduras dobraram na última semana


No verão, transpiramos mais e sentimos mais sede. Nosso corpo precisa se hidratar e repor os líquidos perdidos, e a natureza nos oferece alimentos refrescantes e muito ricos em água. Verão é tempo de melancia, uva, manga, goiaba, legumes e verduras como pepino, abobrinha, tomate e cebola. Mas nesta época, com temperaturas beirando os 40 graus no Rio Grande do Sul, verduras e frutas também apanham e muito com o sol escaldante.
Para conseguir salvar parte da safra, produtores se obrigam a aumentar ou até dobrar o preço do que conseguem colher, e quem sente o efeito final é o consumidor. Um exemplo do que está acontecendo nas lavouras pode ser visto logo ali, no Travessão Rübenich, onde Paulo Roberto Schallenberger cuida há 4 anos da horta da família Kunzler. As hortaliças produzidas não são vendidas, mas abastecem o refeitório da empresa. “Este está sendo o pior verão dos últimos quatro anos. As perdas chegam a 70%”, diz Paulo. O calor intenso queimou repolho, alface, pepino, pimentão e couve-flor. Segundo o agricultor, mesmo irrigando, pouca coisa se salvou. “E quando deu aquela chuva, a água ficou parada dentro da cabeça do repolho e aí queimou mesmo. Está tudo preto”, lamenta ele.
Na Fruteira Bela Safra, no Centro, as perdas também são grandes. Três vezes por semana são despachados cinco tonéis de frutas e verduras estragadas. Os produtos vão para uma chácara, aqui em Dois Irmãos, onde servem de alimento para animais. “Está bem difícil conservar frutas como banana e ameixa, e verduras como alface e brócolis. Temos câmara fria, e as frutas são repostas todos os dias - menos na quarta-feira. Mesmo assim, de um dia para outro, já estraga, como o caso do abacate, da pêra, maçã, uva e banana”, diz Jéssica Barth.
Com tantas perdas, quem sofre mesmo é o consumidor. A fruteira se obriga a repassar o preço mais alto que vem dos produtores. “A melancia que antes custava 4 reais, agora já está em 9, 10 reais. O mesmo é com o alface, que de 0,75 centavos passou para 1,50, e a couve-flor, que de 1,50 foi para 3,50, só para citar alguns exemplos. Tudo está mais caro e isso desde a semana passada. O pessoal reclama, mas entendem também. Frutas e verduras são uma necessidade para o organismo, e na proporção de outras coisas, ainda é viável. Mas percebo também que tenho cada vez menos fornecedores, porque não está sendo fácil para eles. O pessoal está desistindo”, afirma Emerson Silva, da Bela Safra.
Para compensar um pouco os preços altos, a fruteira acaba vendendo em saquinhos, por 1 real, produtos afetados pelo calor, mas que ainda podem ser consumidos no dia. “Muita gente diz que está comendo fruta no almoço, que faz batida no jantar. Ninguém quer comida pesada, e no calor, fruta é a melhor opção”, comenta Jéssica.
A doméstica Janete Finger mora no Vale Esquerdo e vai todos os dias ao Centro escolher as verduras e frutas sempre fresquinhas. Para garantir a qualidade dos produtos, ela compra tudo em pequenas quantidades. “Pêssego, compro meia dúzia. Banana tem que comer logo, não dá para guardar; e as verduras eu lavo bem, seco e coloco uma tampa, aí consigo guardar por mais tempo”, diz Janete. “Parece que a gente não consegue comer outra coisa neste calor”. Ela concorda que os preços estão um pouco salgados, mas compreende: “Sou da colônia e sei como é. O sol estraga muita coisa, os agricultores sofrem, então, eles têm que aumentar”.

FRUTAS E LEGUMES DO VERÃO
Saiba como escolher e guardar
Figo - Deve ter uma consistência “macia”, mas não podem ter partes muito moles e amassadas. Devem ser guardados na geladeira - máximo uma semana.
Manga - Procure as mangas firmes, sem batidas ou manchas escuras. Em local seco e fresco, as mangas duram até cinco dias. Na geladeira, quando não muito maduras, podem durar até duas semanas. A manga madura deve ser consumida em dois dias.
Maracujá - Escolha aqueles de casca lisa, firme, brilhante, sem machucados. O maracujá bom para o consumo deve ceder a uma leve pressão dos dedos sem romper a casca. Guarde em lugar seco e arejado ou, quando a fruta já estiver amadurecendo, na geladeira. Sob refrigeração, o maracujá dura até duas semanas.
Melancia - Procure aquelas de casca firme e sem manchas escuras. Para saber se está boa, ao bater com os nós dos dedos na casca você deve ouvir um som oco. Em local seco e arejado, pode ser conservada por até duas semanas. Depois de cortada, vai para a geladeira envolvida em plástico transparente e precisa ser consumida o quanto antes para não estragar.
Uva - Procure uvas carnudas e bem presas aos caules - se saírem com facilidade do cacho, é sinal de que estão passando do ponto. Guarde na gaveta de legumes da geladeira por até cinco dias. Antes de guardar, retire os bagos estragados para não contaminar os outros.
Abobrinha - Prefira as pequenas e médias (até 23 centímetros), mais tenras e saborosas que as maiores. A casca deve estar firme, lisa, sem manchas escuras ou partes moles. A abobrinha estraga com facilidade e deve ser guardada na geladeira por poucos dias.
Milho verde - Compre aqueles com as folhas bem verdes e o cabelo marrom-escuro. Quando vendido sem casca, escolha as espigas com a ponta inferior afilada e macia - se estiver dura ou cortada, o milho é velho - e aquelas com grão até a parte de cima. Os grãos do milho devem estar macios. Deve ser guardado sem casca e sem cabelo na geladeira por até dez dias.
Pepino - Procure os pepinos verde-escuros, de tamanho médio, tenros e de casca firme e lustrosa. Entre dois pepinos, escolha sempre o que for mais pesado. Deixe na geladeira por até uma semana.

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