Fumaça também predominou em Dois Irmãos neste fim de semana
6% do território boliviano em chamas
Um incêndio florestal arrasou três mil hectares na província de Jujuy (Norte da Argentina), e as chamas chegaram ao Parque Nacional Calilegua, criado para proteger a floresta de Yungas. O incêndio, que começou há uma semana, se agravou devido ao vento e à seca. O chefe dos serviços de contenção de fogo de Jujuy, Marcelo Gallardo, calculou 1,2 mil hectares destruídos na reserva natural. Os incêndios também atingiram níveis críticos nos últimos dias na Bolívia. O quadro é tão grave que o governo convocou as forças armadas, pediu ajuda ao Brasil e Argentina e admitiu que não tem recursos técnicos e humanos para combater as chamas. Estima-se que 6% do território boliviano esteja em chamas. O número de focos detectados este ano já é o maior desde 2004 e as autoridades cogitam que pode superar o de seis anos atrás na Bolívia, descrevendo como maior desastre florestal da história do país.
Entenda o que está acontecendo
O transporte da fumaça do Brasil e da América do Sul para o Rio Grande do Sul desde o sábado se dá mediante correntes de vento do Norte. Conforme a MetSul Meteorologia, assim como o vento traz ar frio do Sul para o Estado, correntes de Norte trazem ar quente. E como a origem desta massa de ar aquecido está numa região com milhares de focos de fogo, junto vem também muita fumaça. O extremo calor no Centro-Oeste, com máximas de até 40 graus, e o tempo muito seco, sem chuva em alguns locais há meses, deve favorecer ainda mais incêndios nesta semana. Dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) mostram que em 24 horas, entre os dias 21 e 22, foram anotados 13.554 focos de incêndio no Brasil, 4.677 na Bolívia, 1.406 na Argentina e 1.030 no Paraguai. Neste domingo, o ar quente elevou ainda mais a fumaça no Estado, causando a dispersão de raios solares e mudando o cenário. O tempo parecia nublado.
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