Prefeito Adair Bohn diz que problemas na prestação de contas da LIC em 2003 inviabilizam o evento
Adair Bohn: “Temos que cobrar o que eles fizeram com o dinheiro público. Isso é desvio” |
CRÍTICAS A CARLA CHAMORRO Sem citar seu nome, o prefeito fez duras críticas a Carla Chamorro, que era secretária de Educação em 2003 e foi candidata a prefeita na última eleição. - Vocês devem procurar essa cidadã que foi “endeusada” por alguns para que preste contas sobre isso. Onde enfiaram o dinheiro público? – questionou, antes de completar: - E ainda queriam que essa pessoa fosse prefeita... Adair quer a ajuda dos vereadores para resolver o problema: - Onde vou arranjar notas para comprovar que o Paulo Sant’Ana (atração de 2003) recebeu o que consta no empenho? Desafio os vereadores da oposição a trazerem uma explicação. Onde estão os livros, as notas de pagamento? Foi tudo frio - disparou ele, dizendo que mais de 50 itens foram apontados pelo Estado. O prefeito comentou que já está notificando judicialmente os responsáveis pela administração municipal em 2003 e afirmou que houve “desvio”: - Tivemos administrações terríveis. Talvez a primeira foi boa, mas as demais não foram. Temos que cobrar o que eles fizeram com o dinheiro público. Isso é desvio! Imagina se daqui a pouco eu tiver que devolver 300, 400 mil reais, aí vai inviabilizar também o município. Mas se engana quem pensa que estou desmotivado. Pelo contrário, estou mais motivado ainda para continuar a lutar para que esse tipo de gente nunca chegue ao poder.
Carla Chamorro: “É uma tentativa de justificar a incompetência de não saber administrar” |
O QUE DIZ A EX-SECRETÁRIA: Procurada pela redação do Jornal Dois Irmãos, a ex-secretária Carla Chamorro declarou que tudo não passa de “armação”: - Eles não estão preocupados em perder dinheiro, mas sim, em denegrir a minha imagem, querem sujar meu nome. Eles estão lá hoje. Mas não vão estar sempre - comentou ela, que hoje é secretária de Educação no município de Picada Café. Segundo Carla, a LIC não repassa recursos aos municípios, mas autoriza sua captação: - De 2001 a 2004, a LIC não conseguiu olhar as prestações de contas dos municípios. Em 2005, com a troca do Governo do Estado, conseguiram se organizar melhor e começaram a analisá-las. O Conselho Estadual de Cultura baixou uma portaria que só vai avaliar projetos cujo produtor cultural tem todas as prestações de contas homologadas e publicadas no Diário Oficial. Eles viram, então, que Morro Reuter tinha prestações de contas não avaliadas. Acontece que toda prestação de contas entra em diligência e o município ganha prazo de 15 dias para responder as perguntas que a LIC faz. E eles não responderam. É só ir ao contador e resolver. Eu não era a produtora cultural, mas sim o próprio prefeito da época (Sabá Meyrer) – declarou Carla.
A ex-secretária disse que parte dos livros foi doada - Nós produzimos dois mil livros “ABC de Morro Reuter”. Foram vendidos 289, a 15 reais cada. 185 nós entregamos para a Secretaria Estadual de Cultura. Sobraram 1.526, que ninguém quis comprar. E ficaram na prefeitura. Eu mesma distribuí muitos para as famílias de Morro Reuter. Mas, ainda assim, ficaram caixas e mais caixas na prefeitura. Posso justificar as que eu distribuí à comunidade. Mas as caixas que ficaram têm de ser justificadas por quem assumiu depois de mim. Segundo Carla, responder a diligências de prestações de contas é uma ação comum, “e os técnicos das prefeituras sabem bem muito disto”. - Espanta-me perceber que ainda represento ameaça para a atual administração política de Morro Reuter, pois em nenhum momento fui procurada para explicar ou justificar algumas situações referentes à Secretaria de Educação e Cultura. Carla também se disse espantada com o cancelamento da feira: - Espanta-me este tipo de posicionamento num município que, em nosso mandato, recebeu o título de cidade mais alfabetizada do Rio Grande do Sul pioneira em políticas de leitura. Impressiona-me, também, a artimanha de tirar alunos de sala de aula (quando deveriam estar estudando) para servirem de massa de manobra política, numa Câmara de Vereadores, cujos fins, na verdade é a tentativa desesperada de justificar a incompetência de não saber administrar um município - disparou a ex-secretária, que pretende acionar juridicamente os responsáveis pelas acusações “mais veementes” envolvendo seu nome.
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