quarta-feira, 20 de maio de 2009

Oposição levanta suspeitas sobre licitação de alimentos

Paulinho Quadri considera “anormal” os valores pagos pela prefeitura no leite e na carne


A oposição levantou questões polêmicas na sessão de segunda-feira. A sabatina com o prefeito Miguel Schwengber se estendeu até pouco depois das 21h. Ele esteve na Câmara a convite do presidente Sérgio Fink para um debate sobre as contas do município.

LICITAÇÃO DE LEITE E CARNE
O vereador Paulinho Quadri (PMDB) levantou suspeitas sobre a licitação de alimentos para a merenda escolar. Ele criticou a distorção entre o preço pago pela prefeitura e o praticado nos mercados da cidade.
Paulinho Quadri - Por que o município comprou 15 mil 540 litros de leite pagando R$ 1,50 o litro, quando poderia ter comprado a 1,15, 1,20 de outro fornecedor?
Prefeito Miguel - Isso foi licitado e todos os fornecedores poderiam ter participado. O Conselho da Merenda Escolar prima pela qualidade, coisa que muitos não têm. Os requisitos básicos do leite integral poucos têm. Além disso, no inverno a produção cai e o preço sobe, e na licitação tem de ser mantido o preço médio. Na licitação, dois fornecedores daqui concorreram.
Paulinho - Por que o município comprou iscas de carne bovina pagando R$ 15,90 o quilo, quando nos mercados da cidade custa R$ 9,90?
Miguel - É o mesmo caso do leite. Em primeiro lugar, só um fornecedor participou da licitação. Estamos estudando uma proposta para que a carne seja fornecida por produtores do município, algo em torno de 60 bois por semestre. O animal seria levado para ser abatido num frigorífico da região e depois seria carneado aqui. Isso representaria melhorias na qualidade da carne e incentivaria os produtores locais.
Paulinho - Como explicar que pagaram R$ 12,90 no coração de frango, quando a Sadia vende a R$ 4,90?
Miguel - Essa situação já vem se arrastando faz tempo. Eu fico preocupado que só agora está vindo à tona. Quer dizer que antes valia, agora não vale.
Paulinho - Na campanha o senhor dizia que faria mais com menos. Se antes faziam errado, não quer dizer que agora precisa continuar...
Miguel - Vamos ser propositivos... Sugiro que vocês participem das próximas reuniões do Conselho da Merenda Escolar para tirar todas as dúvidas.

E O NOVO POSTÃO 24H?
O prefeito Miguel reiterou que pretende adquirir a área nos fundos do Hospital São José/Doctor Clin para a construção do novo Postão 24h. O presidente Sérgio Fink (PSDB) questionou a “logística” da iniciativa, já que a administração passada adquiriu um terreno no bairro Primavera, próximo a BR 116, justamente para o Postão.
Sérgio Fink - O nosso hospital é de baixa complexidade. Na questão da logística, foi bem pensada aquela área no Primavera. Nos fundos do hospital, o Postão ficará totalmente deslocado, pois as urgências e emergências tem que ser encaminhadas para outros hospitais. Como vocês pensam a questão da logística?
Prefeito Miguel - Ter o Postão do lado do hospital facilita muito a vida de quem precisa de atendimento, de quem precisa se deslocar do posto até o hospital. Chegamos a ter 20 exames de raio-x por dia, e fica ruim ir de um lado para outro. Também não dá para ter duas estruturas para fazer raio-x, uma no posto, outra no hospital.
Sérgio - Perguntei da logística. Da outra vez faço por escrito, talvez me expressei mal. Mas o que pretendem fazer com o terreno?
Miguel - Pode ser usado para um outro posto, para uma escola de educação infantil, por exemplo... Se formos colocar na ponta do lápis tudo o que é prioridade no município, eu precisaria de uns 15 milhões. Portanto, precisamos ter cautela, prudência.


REFORMA NA PREFEITURA
Jerri Meneghetti (PP) questionou os 600 mil reais que o prefeito estaria pensando gastar para reformar a sede da prefeitura. A informação foi divulgada na sessão passada pelo vereador Antônio Renz (PDT).
Miguel desmentiu a notícia.
Jerri Meneghetti - O senhor fala em contenção de despesas, mas falaram que pensa em gastar 600 mil com reforma da prefeitura. O que tem a dizer?
Prefeito Miguel - Pensamos em uma reforma do centro administrativo, mas em nenhum momento falamos em fazer gastos desta envergadura. Inicialmente, estamos pensando em tirar as divisórias da prefeitura. Futuramente pensamos em modificar nosso mobiliário, mas seriam em valores muito menores.

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