quarta-feira, 12 de agosto de 2009

Oposição diz que foi um “erro grave” da prefeitura e que faltou vontade política

Como já era esperado, a não participação de Dois Irmãos na Consulta Popular do Governo do Estado gerou protestos na Câmara de Vereadores. Na sessão desta segunda-feira foi aprovada por 5 a 4 uma moção de repúdio ao prefeito Miguel Schwengber pela ausência do município. Votaram a favor Tânia da Silva (autora da moção), Paulinho Quadri, Eliane Becker, Jerri Meneghetti e Sérgio Fink. Votaram contra Jair Quilin, Antônio Renz, Joracir Filipin e Eliseu Rossa.

“A prefeitura deu provas de
que tem dinheiro sobrando”
A falta de ação da prefeitura fará com que Dois Irmãos deixe de receber pelo menos 180 mil reais do Governo do Estado.
Para o presidente Sérgio Fink (PSDB), a atitude mostra que a oposição estava certa quando votou contra o financiamento de 1 milhão de reais para a renovação da frota.
- Felizmente - ou infelizmente - Dois Irmãos não precisa de dinheiro, pois abriu mão dos recursos do Estado. Então, também não precisa fazer o financiamento de 1 milhão. O valor inicial da Consulta Popular para Dois Irmãos era 182 mil reais, mas poderia chegar a 400, 500 mil. Era um dinheiro que poderia ser utilizado na construção de um novo Postão 24h, por exemplo.
Segundo Sérgio, a prefeitura deu provas de que “tem dinheiro sobrando”.
- Esse fato me entristece, porque o município abriu mão de recursos do Estado. Por outro lado, me deixa feliz porque mostra que acertamos ao votar contra o financiamento - disse ele.

“É burrice e ignorância”
Paulinho Quadri (PMDB) afirmou que foi “um erro grave” da prefeitura e que “cabe até uma CPI para apurar as responsabilidades”.
- No tempo do Rigotto e agora da Yeda, fomos agraciados com 700 mil para o asfalto na Estrada Campo Bom; 400 mil para o asfalto na Rua Alberto Rübenich; 300 mil para o ginásio da Affonso Wolf; 100 mil para melhorias de acessos dos colonos; 170 mil para a escola João Gräwer... Tudo isso é dinheiro da Consulta Popular. Sem falar nos 200 mil que vieram do Orçamento Participativo do governo Olívio Dutra para a construção de 39 casas no bairro São João - listou ele.
Para Paulinho, a culpa é do PT:
- Não acredito que o culpado seja o secretário do PDT (Dilamar do Amaral, do Planejamento e Habitação). Isso é a arrogância do PT, de dizer que “só está certo o que eu faço, e não o que os outros fazem”. Para quem pediu um financiamento de 1 milhão de reais, com juros que chegariam a 400 mil, deixar de fazer a Consulta Popular é uma grande burrice, uma ignorância.

“Faltou vontade política”
O vereador Jerri Meneghetti (PP) disse que o município não pode perder nenhum tipo de recurso. Para Eliane Becker (PP), a situação está tentando justificar o injustificável.
A vereadora Tânia da Silva (PMDB) foi mais incisiva na sua crítica à administração:
- Acho que faltou vontade política. Se o governo do Estado fosse do PT, o próprio prefeito teria ido nas reuniões da Consulta Popular.


O QUE DIZ A SITUAÇÃO
A situação admitiu que houve um erro na questão da Consulta Popular, mas tentou também jogar a responsabilidade para o presidente da Câmara. O líder de governo Jair Quilin (PDT) disse que pela Lei 2.058 de 2003 o presidente do Legislativo, assim como o prefeito, também é membro do Conselho Municipal de Desenvolvimento (Comude), que deve organizar a Consulta Popular.
- Acho que a prefeitura pisou na bola... Admito que o município errou, mas talvez a Câmara também poderia ter se movimentado. Além disso, desde 2004 tem coisas da Consulta Popular que não foram repassadas ao município, mas isso não é desculpa para não participar - comentou Jair, perguntando se o presidente também recebeu convite para a reunião da Consulta Popular.
Sérgio disse que recebeu o convite, mas destacou que a iniciativa tem que partir do Poder Executivo:
- Se o prefeito me passar uma procuração, até posso fazer. Se ele quiser, até administro a cidade por ele.
Antônio Renz (PDT) insistiu com o presidente da Câmara:
- Acho que houve desinteresse da prefeitura, mas eu pergunto: se o senhor deveria fazer parte do conselho e sabia, será que não faltou desinteresse seu também?
Sérgio rebateu:
- Deveria, não! Eu sou convidado. Não posso representar o Poder Executivo. Agora, se a administração quer que eu vá atrás de recursos, então que me passe uma procuração e eu faço de bom grado, administro até melhor.



Câmara aprova mais 7 projetos
A Câmara de Vereadores aprovou nesta segunda-feira mais sete projetos de Lei. A votação só não foi unânime no 126/2009, que cria três cargos de oficial administrativo. O documento teve quatro votos favoráveis (Jair, Renz, Filipin e Eliseu) e quatro abstenções (Paulinho, Tânia, Eliane e Jerri).
Os outros seis projetos foram aprovados por unanimidade, entre eles o que concede auxílio de 18 mil reais à ACTG Portal da Serra. Integrantes da entidade participaram em peso da sessão para acompanhar a votação (foto).
122/2009 - Altera a legislação sobre a concessão de vales-refeição, atingindo os servidores que atuam em campanhas de vacinação e aumentando o valor do repasse aos motoristas de 8 para 12 reais.
123/2009 - Altera a Lei que dispõe sobre o estágio de estudantes em órgãos municipais, definindo em 55 o número máximo de estagiários. Serão abertas 20 novas vagas para atuação como visitador do Programa Primeira Infância Melhor (PIM).
124/2009 - Cria a gratificação temporária para o exercício da atividade de monitor do Programa Primeira Infância Melhor (PIM) pelo prazo de 180 dias no valor de 300 reais mensais.
127/2009 - Autoriza o Poder Executivo a conceder auxílio financeiro à ACTG Portal da Serra no valor de 18 mil reais para a realização da XX Semana Farroupilha de Dois Irmãos.
129/2009 - Autoriza o Poder Executivo a abrir crédito suplementar no valor de 250 mil reais para auxílio financeiro a instituições culturais e para a promoção de eventos.
131/2009 - Autoriza o Poder Executivo a realizar obras nas ruas projetadas do Loteamento Residencial do Lago, no bairro Bela Vista.

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