terça-feira, 11 de agosto de 2009

Perigo na VRS 873

Chuva provocou desabamentos de terra e a lama invadiu casas em Morro Reuter



A novela da VRS 873 vive mais um capítulo polêmico. As obras de asfaltamento do trecho de 1,5 km da BR 116 até o Restaurante Wolf estão paradas novamente. Oficialmente, não há informação de que o trabalho seguirá interrompido. A previsão era de que tudo estivesse pronto até início de agosto. “Informalmente temos a informação de que as obras estão paradas, mas não é nada oficial”, informou Patrício Stoffel, chefe de gabinete da prefeitura de Morro Reuter.
O pedreiro Airton Schons, que trabalha na empresa responsável pela obra (Dóbil) e mora no município, estava sem trabalho neste início de semana. Com um guarda-chuva, ele caminhou ao longo da estrada na manhã desta segunda-feira, perplexo com o estado da rua depois da chuva. Ele conversou com moradores e adiantou que a situação deve persistir. “A obra está parada desde quinta-feira, e nesta semana, se a chuva parar, vamos fazer só as caneletas nas laterais. Parece que o restante da obra não deverá ter continuidade por enquanto”, comentou ele.
O trânsito é intenso no trecho e a atenção tem de ser redobrada. Com a forte chuva do fim de semana, barrancos de terra sem proteção cederam, invadindo a pista. A força da água chegou a abrir crateras. Na madrugada de segunda a situação piorou. Cerca de oito famílias residem no trecho, e o clima era de apreensão. Os moradores estão com medo, pois a lama chegou a invadir algumas residências.

SITUAÇÃO DE RISCO
Por volta das 4h da manhã, parte da terra e do saibro da VRS desabou e foi levado pela água sobre os terrenos de algumas famílias. Em uma casa o barro invadiu a cozinha. Parte da rua chegou a ficar trancada até a chegada do Corpo de Bombeiros de Dois Irmãos e da prefeitura de Morro Reuter.
De acordo com os moradores, o problema em dias de chuva é antigo, e agora só piorou. O funileiro Luiz Carlos Ascheamini mora na mesma casa há 10 anos e conta que desabamentos de terra já aconteceram inúmeras vezes. “Mas nesta madrugada o problema foi pior. Acordei e me desesperei ao ver nossa área coberta de terra e saibro. Por pouco não entra tudo dentro de casa”, contou ele, enquanto recolhia a sujeira com uma pá. “Esse é o jeito. Sai ano, entra ano e o problema é o mesmo. Ninguém se importa. A cada chuva mais forte, a gente fica nessa tensão e com medo”.
O problema é que a água não tem escoamento. “É preciso fazer bueiros. Toda a água desce do Restaurante Wolf até aqui. O problema fica todo aqui embaixo. Agora tem essa obra que está sempre nesse para e começa. Estávamos contentes que o asfalto até que enfim sairia, mas assim não dá para continuar. O serviço está pela metade e quem sofre são os moradores. A nossa situação aqui é de risco”, desabafou Luiz Carlos, indignado.

BARRO NA COZINHA

O morador Volnei Sewalt foi acordado por volta das 5h Da manhã com os gritos do vizinho. “Ele me chamou, e quando abri a porta, vi todo barro entrando na minha cozinha. Corremos e pegamos vassouras para impedir que a sujeira entrasse em outros cômodos da casa”, contou Volnei, que hoje pela manhã não foi trabalhar para ajudar a esposa, Marlise Kaefer, a tirar a lama de dentro de casa e do pátio. “Construí um pequeno muro para conter a água que desce lá de cima até aqui embaixo. Se não fosse esse muro, sinceramente nem sei como a nossa casa teria ficado hoje”.


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