quarta-feira, 18 de novembro de 2009

Oposição contesta prefeito sobre queda na arrecadação




O embate político anda quente na Câmara de Vereadores - o que não é novidade! Na segunda-feira o clima voltou a esquentar antes mesmo de alguém usar a tribuna.
Logo no início da sessão, o presidente Sérgio Fink (PSDB) foi obrigado a chamar a atenção de Jair Quilin (PDT), que falava ao telefone celular durante a votação de um pedido de regime de urgência.
- Suspendo a sessão para esperar o Jair terminar de falar... - disse Sérgio.
Jair não gostou:
- Estou ouvindo... - retrucou ele.
O presidente continuou:
- Não quero aparecer na TV como as outras Câmaras de Vereadores...
- O senhor já apareceu pior -
rebateu o líder de governo.
- O senhor é que sabe, tem experiência nisso - afirmou Sérgio.
Por fim, o presidente lembrou o colega que há placas na Câmara proibindo o uso de celular durante a sessão.
A breve discussão foi apenas um aperitivo para o que viria depois. A polêmica da noite ficou por conta de uma notícia veiculada na imprensa, na última sexta-feira, dizendo que o prefeito Miguel Schwengber foi obrigado a suspender obras em Dois Irmãos em razão da queda de 1 milhão de reais na arrecadação.
A declaração do prefeito revoltou os vereadores da oposição, que pretendem chamar Miguel para dar explicações sobre o assunto na próxima segunda.
- O prefeito disse que teve que suspender obras, mas eu pergunto: que obras foram suspensas? Que obras foram feitas em 11 meses? Se eles estão acostumados a fazer isso em outras regiões, tudo bem! Mas aqui o pessoal é decente e eu não aceito esse tipo de coisa. É uma vergonha! É como dizem: eles mentem e mentem, até fazer o povo acreditar, mas a mim não vão fazer - declarou Paulinho Quadri (PMDB).
Eliseu Rossa (PT) defendeu o governo e disse que Paulinho é “raivoso”:
- O município investiu 1 milhão e 200 mil na FADI, abrindo mais 250 vagas nas creches e passando a mensalidade de 177 para 98 reais. Em quatro anos, isso representa quase 3 milhões que as famílias terão para movimentar a economia. Também investimos 1 milhão 548 mil na troca da administração do hospital, colocamos 350 mil de contrapartida para o asfalto na Estrada Sapiranga, 250 mil na compra de um terreno na Av. João Klauck para uma escola infantil, 113 mil em um terreno no Primavera... Enfim, o governo está trabalhando. Não podemos criar rancores.
Sérgio entrou na discussão:
- Na campanha eles prometeram “fazer chover pra cima”, mas hoje estão vendo que a realidade é diferente. O que eu não aceito é esse cálculo de arrecadação. Ou os balancetes que chegam até nós estão faltando com a verdade ou quem vai no jornal está faltando com a verdade. Até outubro de 2009 Dois Irmãos arrecadou 31 milhões de reais. No mesmo período do ano passado, a arrecadação foi de 30 milhões 117 mil. Ou seja: já arrecadaram quase 1 milhão a mais, e não a menos, como dizem. Se fizer a projeção até o final do ano, o município deve arrecadar 38 milhões e 800 mil reais em 2009 contra 36 milhões e 900 mil em 2008. Fica a dúvida: o que está certo? Os números ou o prefeito que vai no jornal dizer que tem 1 milhão a menos talvez para justificar a falta de obras? - questionou o presidente.
Joracir Filipin (PT) rebateu:
- As obras vão começar a aparecer a partir do ano que vem. Muitas obras que estão sendo feitas não são faraônicas, mas são obras pequenas que a comunidade necessita. Não adianta fazer obras faraônicas como o palco móvel, que custou 600 mil e hoje está lá parado - disparou ele.
Jerri Meneghetti (PP) discordou:
- Por que divulgar que arrecadou 1 milhão a menos se na verdade foi o contrário? Não podemos deixar passar em branco este tipo de coisa - disparou ele.
Tânia da Silva (PMDB) seguiu o tom dos colegas de oposição:
- Como é diferente quando se vai para o outro lado do balcão... Escutamos uma defesa do governo que é indefensável. Foi feita uma pergunta simples: que obras? Tudo o que o Eliseu colocou são ações que precisam ser feitas. Dizer que foi colocado bloqueto de concreto no Postão, num prédio que não é nosso, isso não é obra. O prédio do CAPS (Centro de Atenção Psico-Social) foi alugado há três meses, com 1.100 reais de aluguel, e ainda não foi inaugurado. Não tem atendimento psiquiátrico, nem assistente social. Se é para ser assim, fica fácil.

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