quarta-feira, 27 de outubro de 2010

Entrevista com desembargador Difini


Difini: “Fico feliz com a organização da Justiça Eleitoral em Dois Irmãos”




Dois Irmãos recebeu na última quinta-feira a visita do presidente do Tribunal Regional Eleitoral do Rio Grande do Sul (TRE-RS), desembargador Luiz Felipe Silveira Difini. Ele esteve no Cartório Eleitoral com a juíza da Comarca, Ângela Roberta Paps Dumerque, o promotor Wilson Grezzana, e o chefe do cartório, Renato de Souza Fritz. Difini não poupou elogios a Dois Irmãos, que há quatro eleições consecutivas é a primeira cidade do Estado a encerrar a apuração dos votos. Difini também visitou o Jornal Dois Irmãos e as obras da construção do novo Fórum de Dois Irmãos, no bairro Floresta. Luiz Felipe Silveira Difini, 52 anos, é natural de Porto Alegre. Formou-se em direito pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) em 1980 e começou sua carreira na magistratura em 1986, classificando-se em primeiro lugar no respectivo concurso de ingresso. Já atuou nas comarcas de Viamão, Santo Antônio das Missões, Três de Maio e Soledade. Na capital, foi titular das varas de acidente do trabalho e do 1º Juizado da 5ª Vara da Fazenda Pública. É mestre e doutor em direito do Estado pela UFRGS. Presidiu a AJURIS, na gestão 2000/2001, tendo ocupado também o cargo de vice-presidente no biênio 1998/1999. Em maio de 2001, foi promovido a desembargador do Tribunal de Justiça onde atualmente integra a 1ª Câmara Cível. Compõe o Pleno do TRE desde maio de 2009.


Leia a entrevista a seguir:

Qual é o objetivo do Tribunal Regional Eleitoral com essas visitas às zonas eleitorais?
Desembargador Difini - Meu mandato como presidente do TRE-RS é de um ano. Essas visitas não estão ligadas diretamente à eleição, elas já vêm acontecendo faz um tempo. Desde segunda-feira, por exemplo, estamos visitando as zonas eleitorais da Região Serrana. Esta semana já passei por Nova Petrópolis, Igrejinha, Taquara, Sapiranga, Gramado e Canela. Hoje (ontem) durmo em Canela e amanhã (hoje) vou para Bom Jesus. As cidades do interior costumam ser organizadas, e a visita tem como objetivo verificar o andamento do trabalho, passar orientações e também contar com o apoio da imprensa para chegar às comunidades.
Qual a avaliação que o senhor faz da eleição?
Desembargador Difini - A Justiça Eleitoral foi bem sucedida. O resultado da majoritária (presidente e governador) conseguimos obter antes das 21h. Já a contagem dos demais votos se estendeu até as 23h.

Há quatro eleições Dois Irmãos é a primeira cidade do Rio Grande do Sul a encerrar a contagem dos votos. Na eleição para presidente, foi a 10ª do país.Como o senhor recebe essa notícia?
Desembargador Difini - Fico muito contente de ver que uma cidade como Dois Irmãos tem toda essa organização. Quero deixar registrado aqui meus elogios a todas as pessoas que se envolveram no pleito e que se empenharam no seu trabalho, como a juíza (Ângela Paps Dumerque), o promotor (Wilson Grezzana), o chefe do Cartório Eleitoral (Renato de Souza Fritz), os mesários, escrutinadores e a comunidade em geral, que foi votar e exercer sua função de cidadão.

Lembra de algum fato inusitado na eleição?
Desembargador Difini - Assim, de imediato, não recordo de nada inusitado. O bom destaque da eleição foi que apenas três urnas tiveram problemas e foi necessário substitui-las por voto no papel. No total, tínhamos 26 mil urnas no Estado e o problema ocorreu num percentual de apenas 0,01%. As urnas que tiveram problemas foram em cidades do interior e uma, inclusive, numa reserva indígena. De diferente, podemos destacar o voto biométrico, que aconteceu em Canoas. Até a próxima eleição, 10% dos municípios devem exercer o voto biométrico, que é evolução para a Justiça Eleitoral e veio para ficar.
Em relação à boca de urna, ocorreram muitos problemas no Rio Grande do Sul?
Desembargador Difini - Mesmo sendo proibida pela Legislação, infelizmente a boca de urna acontece. O Rio Grande do Sul foi considerado o Estado com maior número de casos de boca de urna. Eu, no entanto, digo o contrário, que o Rio Grande do Sul foi o Estado que mais fiscalizou a boca de urna. Este problema só tem duas maneiras de solucionar: a conscientização política ou a maior fiscalização policial. Mudar a Legislação não adianta, pois ela já proíbe esta prática.

Quantas pessoas estão envolvidas no trabalho da eleição no Rio Grande do Sul?
Desembargador Difini - Em torno de 120 mil, entre mesários (110 mil) e demais servidores.

Quanto custa uma eleição?
Desembargador Difini - No Brasil, a média é de R$ 3,55 por eleitor. Já no Rio Grande do Sul, o valor cai para 1,88, ou seja, 15 milhões e 300 mil reais. Nosso Estado tem o menor custo do país.

A que o senhor atribui essa economia?
Desembargador Difini - O Rio Grande do Sul é um lugar no qual as pessoas se orgulham do trabalho. A Justiça Eleitoral é respeitada, tem uma imagem favorável. O processo eleitoral teve uma evolução muito grande nos últimos anos. Para se ter uma ideia, em 1982 quando ocorreu a primeira grande eleição, o resultado saiu em 15 dias. A Justiça Eleitoral tem um trabalho rápido e organizado. Dois Irmãos também é destaque na economia. Por exemplo: a cidade a cada 10 mil eleitores, pode solicitar um servidor. Dois Irmãos (que inclui Morro Reuter e Santa Maria do Herval) tem 30 mil eleitores e solicitou apenas uma pessoa.

Qual é a expectativa para o segundo turno?
Desembargador Difini - Que seja uma eleição mais rápida e tranquila. Agora é apenas um voto e três dígitos. No 1º turno, eram 25 dígitos, e isso dificultou para muitas pessoas. E foi ainda mais demorado para quem não utilizou a cola com o número dos candidatos.

Que mensagem o senhor deixa aos eleitores?
Desembargador Difini - Que todos votem no segundo turno, exerçam seu papel de cidadão. O eleitor tem poder e deve votar com responsabilidade.

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