Câmara aprova financiamento de 2 milhões para pavimentação, mas com
emenda que obriga o prefeito a pagar a conta até o final do seu mandato
Está declarada a guerra entre oposição e situação em Dois Irmãos. A votação do projeto 118/2011, que autoriza o financiamento de 2 milhões para a pavimentação de ruas no bairro São João, abriu um fogo cruzado sem data para acabar.
O documento encaminhado pelo prefeito Miguel Schwengber previa prazo de 20 anos para pagar, com carência de 14 meses para o início do pagamento. A oposição, através do presidente Sérgio Fink, fez uma emenda propondo que o financiamento seja quitado até o fim da gestão de Miguel, ou seja, em 31 de dezembro de 2012.
Como era previsto, a situação (Eliseu Rossa, Joracir Filipin, Jair Quilin e Antônio Renz) votou contra a emenda, que foi aprovada por 5 a 4 com os votos da oposição (Sérgio Fink, Eliane Becker, Jerri Meneghetti, Tânia da Silva e Paulinho Quadri). Em seguida, o projeto foi à votação com a emenda e acabou aprovado por unanimidade.
Existe uma disputa política para que a prefeitura não faça obras, diz Miguel
Esta manhã, no seu gabinete, o prefeito afirmou que vai vetar o projeto com a emenda. “Do jeito que está, não tem como sair a pavimentação. Os vereadores da oposição não entendem que o que foi aprovado no PAC 2 são obras em localidades com deficiência de infra-estrutura. Abriu-se um crédito de financiamento com juros muitos bons de pagar e a Caixa exige que o projeto seja aprovado pelo Legislativo, dentro destas condições”, afirmou Miguel, referindo-se aos prazos. “O que existe é uma disputa política para que a prefeitura não faça obras. Talvez Dois Irmãos será o único município a não acessar esse financiamento só porque os vereadores da oposição não querem que as obras aconteçam”, disparou o prefeito.
Com Miguel vetando o projeto, ele volta à Câmara, que decide se acata ou derruba o veto. Se for derrubado, volta para a prefeitura. Como é isso que deve acontecer, Miguel disse que pretende fazer uma consulta à Caixa sobre a possibilidade de tocar o projeto nestas condições.
Por fim, ele rebateu as declarações do ex-prefeito Juarez Stein, que no JDI de ontem alertou para os perigos de uma nova grande crise internacional. “Hoje, ao contrário da época do FHC, quando ele governava, o Brasil não é mais refém de crises internacionais. Além disso, o financiamento que estamos propondo não é novidade; já era feito nas administrações passadas para calçar ruas com pedra irregular, que é de qualidade inferior ao bloqueto de concreto”, respondeu ele. “Acho prudente o Juarez cuidar melhor das coisas dele. Como gestor de sua empresa, ele tem seus problemas para resolver”.
Eles estão brincando de administração pública, afirma presidente da Câmara
Para o presidente da Câmara, o prefeito tentou uma manobra política já de olho nas eleições do próximo ano. “Essa normatização de financiamento está na Caixa Econômica desde maio do ano passado, mas ele só mandou agora por quê? Queriam 14 meses de carência para não ter que pagar um centavo no governo deles, deixando tudo para o próximo prefeito. E assim, com os trâmites legais e toda burocracia, as obras só começariam no ano que vem, que é ano de eleição”, comentou Sérgio Fink.
A partir de agora, a oposição promete endurecer o jogo. “O pessoal do São João pode ficar tranquilo. Vamos incluir as pavimentações no Orçamento de 2012. Aliás, a partir de agora, não vamos mais permitir que se mexa no Orçamento. Eles estão brincando de administração pública. Chega de brincadeira”, disparou o presidente da Câmara.
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